Queda nas ações da Petrobras provoca perda bilionária após resultados
Mercado reage mal a dividendos e anúncio da volta da estatal à distribuição de gás de cozinha

A forte queda das ações da Petrobras na Bolsa de Valores do Brasil (B3) causou uma perda bilionária em valor de mercado na sexta-feira (8), após a divulgação dos resultados financeiros do segundo trimestre de 2025. As ações ordinárias (PETR3) caíram quase 8%, fechando a R$ 32,78, enquanto as preferenciais (PETR4) recuaram 6,15%, a R$ 30,53. Com isso, a estatal perdeu R$ 31,95 bilhões em valor de mercado em um único dia, passando a valer R$ 410,24 bilhões.
Segundo dados da Elos Ayta Consultoria, a queda das ações preferenciais foi a maior desde abril de 2025, quando despencaram 6,21%. O desempenho também foi o pior desde março de 2024, quando tiveram uma queda de 10,37%. Desde o pico de R$ 566,97 bilhões em fevereiro de 2024, a Petrobras acumula perdas de R$ 156,73 bilhões.
O Conselho de Administração aprovou o pagamento de dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP) no total de R$ 8,66 bilhões, anunciados logo após o lucro líquido de R$ 26,7 bilhões no segundo trimestre. Embora tenha revertido o prejuízo de R$ 2,6 bilhões do ano anterior, o lucro caiu 24,3% em relação ao primeiro trimestre de 2025.
Os proventos serão pagos em duas parcelas, em novembro e dezembro, no valor total de R$ 0,67192409 por ação ordinária e preferencial, como antecipação da remuneração aos acionistas referente a 2025. A primeira parcela será integralmente em JCP, e a segunda, dividida entre dividendos e JCP. A data-base para os acionistas na B3 é 21 de agosto, com pagamento começando em novembro.
A Petrobras também anunciou a retomada da distribuição de gás de cozinha (GLP) no Brasil, quase seis anos após a privatização da Liquigás, subsidiária responsável pelo engarrafamento, distribuição e comercialização do produto. A iniciativa foi mal recebida pelo mercado.
Segundo o analista Bruno Benassi, os resultados operacionais vieram alinhados às expectativas, com destaque para o aumento da produção de óleo, redução dos custos de extração e boa performance no refino. Contudo, houve aumento das despesas operacionais na exploração e produção, o que compensou esses avanços. Ele avaliou que o dividendo anunciado seguiu a política da empresa, mas ficou ligeiramente abaixo do esperado pelo mercado.
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