Recessão deve levar carga tributária do país ao menor nível desde 2001
A estimativa é que o total de impostos e contribuições pagos pelos contribuintes a três esferas de governo, chegará ao fim do ano a 33,15% do PIB
Afundada pela retração econômica, a carga tributária bruta brasileira – ou seja, o quanto é pago de impostos em relação ao Produto Interno Bruto – caminha para registrar, este ano, seu nível mais baixo desde 2001. É o que aponta o estudo Termômetro Tributário, elaborado pelos economistas José Roberto Afonso, professor do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) e Kleber Pacheco de Castro, doutorando em Economia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
Eles estimam que o total de impostos e contribuições pagos pelos contribuintes brasileiros aos governos federal, estaduais e municipais chegará ao final deste ano a 33,15% do Produto Interno Bruto (PIB). “Esse resultado significaria uma queda de 0,2 ponto do produto neste ano e, ficando abaixo de 33,2% do PIB, seria o menor índice desde 2001”, afirma o estudo.
Naquele ano, a carga tributária foi de 32,05% do PIB. O nível mais alto foi registrado em 2008, com 34,76%.
O Termômetro é calculado mês a mês, com o objetivo de antecipar o comportamento da carga tributária no ano. Ele toma por base os principais tributos recolhidos por União e Estados. A partir deles, é feita uma extrapolação que se aproxima da carga nacional. O resultado, alertam os pesquisadores, não é igual ao da Receita Federal, que faz uma conta semelhante. A tendência, porém, é coincidente com o dado oficial.
Impeachment – Nos 12 meses encerrados no mês de junho, a carga medida pelo Termômetro chegou a 27,42% do PIB, o que representou uma redução real de 6,7% em comparação com igual período anterior. “Essa foi a queda mais profunda desde setembro de 1992, mês em que a Câmara dos Deputados abriu o processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor”, diz Afonso.
Naquele mês, o mergulho foi de 7,1%. Ele não se arrisca, porém, a fazer uma correlação entre esse episódio e o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. “É só coincidência. Mas é muito curioso.”
Porém, não são poucos os especialistas que apontam o ambiente de incertezas no campo político como um fator inibidor dos investimentos e, por consequência, da própria atividade econômica. A desaceleração, por sua vez, tem impacto na arrecadação.
Mas, a exemplo de outros dados da economia brasileira, os recolhimentos de impostos também dão sinal de que bateram no fundo do poço e, em alguns casos, pararam de cair. “No caso da arrecadação federal, parece claro que se parou de afundar”, constata Afonso. “Mas, por si só, isso não significa voltar a crescer.” A recuperação, explicou ele, ainda aparece concentrada nos tributos sobre ganhos financeiros.”
Mais notícias
-
Economia
19h08 de 25 de abril de 2024
Petrobras irá distribuir R$ 21,95 bi em dividendos extraordinários
Montante é referente a 50% do valor avaliado para os dividendos
-
Economia
18h31 de 25 de abril de 2024
Governo reajusta em 52% auxílio-alimentação de servidores federais
Benefício passará de R$ 658 para R$ 1 mil a partir de maio
-
Economia
17h57 de 25 de abril de 2024
União propõe e Petrobras aprova distribuição de 50% dos dividendos extraordinários
Assim, será liberada metade dos R$ 43,9 bilhões de dividendos extraordinários anunciados pela estatal mês passado
-
Economia
17h25 de 25 de abril de 2024
Não pode ter muito penduricalho, diz Alckmin sobre reforma tributária
Vice-presidente defende crédito para a indústria
-
Economia
16h14 de 25 de abril de 2024
Cesta básica terá 15 alimentos com imposto zerado; saiba quais
Na justificativa do projeto, o governo informou que se baseou nos alimentos in natura ou “minimamente processados”
-
Economia
15h51 de 25 de abril de 2024
‘Vale tem posição única no mercado’, diz CEO sobre eventual fusão entre BHP e Anglo
Papéis da Vale caíram 1,92%
-
Economia
14h20 de 25 de abril de 2024
Reforma propõe devolução de 50% em luz, água e gás a mais pobres
Cashback beneficiará famílias de baixa renda ou de programas sociais
-
Economia
10h43 de 25 de abril de 2024
Ibovespa recua com Vale e cautela externa após balanços; dólar vai a R$ 5,18
Balanços de grandes empresas de tecnologia são acompanhados de perto
-
Economia
20h40 de 24 de abril de 2024
Propaganda digital cresce 8% e atinge R$ 35 bilhões em 2023
Houve um “boom” da publicidade digital durante a pandemia, que ampliou a utilização do comércio e de serviços on-line pela população
-
Economia
18h51 de 24 de abril de 2024
Teto de juros do consignado do INSS cairá para 1,68% ao mês
Novo limite foi definido pelo Conselho Nacional da Previdência Social