Safra 2025/26: Produção de cana será menor e deve afetar preços do açúcar e etanol, diz estudo
A safra será de 596,963 milhões de toneladas de cana, uma redução de 3,45% em relação às 618,313 milhões do período 2024/25

A safra de cana-de-açúcar 2025-26 será menor no centro-sul do país, com uma produtividade levemente inferior à safra anterior, e com maior destinação de matéria-prima para a produção de açúcar, em detrimento do etanol. É o que apontam dados de um estudo do Pecege Consultoria e Projetos apresentado no Cana Summit, promovido pela Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), em Brasília.
Segundo matéria da Folha de São Paulo, a pesquisa detalha que a safra de cana será de 596,963 milhões de toneladas de cana, o que representa uma redução de 3,45% em relação às 618,313 milhões de toneladas da safra 2024/25. Com isso, este deve ser o segundo ano com previsão de queda após a produção recorde de 654,449 milhões de toneladas registrado na temporada 2023/24.
O estudo utilizou como embasamento os dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica) e da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) sobre o cenário obtido em março, mês que antecede a abertura oficial da safra. O ano agrícola da cana é contabilizado de abril a março do ano seguinte.
Ainda segundo a consultoria, a produtividade média das lavouras também cairá, atingindo 77,51 toneladas de cana por hectare (10 mil metros quadrados), o que representa 0,97% a menos que as 78,27 toneladas obtidas na safra anterior.
Ao contrário do cenário visto nos dois últimos anos, grande parte da cana moída no centro-sul do país será destinada à fabricação de açúcar, com 51,88% do total, devido à maior rentabilidade do adoçante para os produtores de cana brasileiros. O etanol ficará com 48,12% do total da cana, ainda conforme a projeção do Pecege. No último ano, por exemplo o açúcar representou 47,99% do total de cana moída e, em 2023/24, 48,87%.
Em vista desta mudança, a expectativa é que sejam produzidas 41,27 milhões de toneladas de açúcar, 3,32% mais que na safra anterior, enquanto a produção total de etanol cairá 11,6%, chegando a 23,54 bilhões de litros.
“O açúcar está remunerando muito melhor que o etanol. Então o pessoal vai direcionar mais mix para açúcar. E nós tivemos aumento da capacidade instalada”, afirmou João Rosa Botão, sócio-diretor do Pecege, durante o evento na capital federal.
A queda na produção do etanol pode, porém, ocasionar em uma melhora no preço da substância. Do total previsto para o combustível renovável, o etanol hidratado (que é vendido diretamente nas bombas nos postos) representará 14,76 bilhões de litros (-12,3%), e o anidro (misturado à gasolina antes de ser comercializado) chegará a 8,79 bilhões de litros (-10,4%).
Esse quadro indica que a paridade de preços entre o etanol e a gasolina deverá ser de 69,85%, próximo aos 70%, limite que coloca o etanol como uma opção vantajosa para os motoristas, em relação ao combustível fóssil.
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