Publicado em 25/01/2019 às 08h00.

‘Se precisar fechar, fecha’, diz secretário de Guedes sobre a GM

Declaração de Carlos da Costa sinaliza que governo vai resistir a eventuais pedidos de incentivos

Redação
Foto: Alan Santos/PR
Foto: Alan Santos/PR

 

O governo de Jair Bolsonaro (PSL) dá sinais de que pretende resistir a eventuais investidas da General Motors de pleitear incentivos tributários ou qualquer outro tipo de apoio federal para manter operações no Brasil.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, em um encontro reservado com o alto escalão da montadora, Carlos da Costa, secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do ministério da Economia, foi assertivo: “Se precisar fechar [a fábrica], fecha”.

De acordo com relatos de pessoas do setor privado, o comentário foi feito durante reunião de pouco mais de meia hora, em 4 de janeiro, entre o secretário e o vice-presidente de Relações Governamentais da GM no Brasil, Marcos Munhoz.

Na ocasião, Munhoz relatou a Costa que a chefia da montadora nos Estados Unidos considerava as fábricas de São Caetano do Sul (Grande São Paulo) e de São José dos Campos (interior paulista) praticamente “inviáveis” por causa dos altos custos.

O executivo enfatizou, por exemplo, que, enquanto a PLR (participação nos lucros e resultados) chega a R$ 20 mil por funcionário em São Paulo, não passa de R$ 7.000 em Gravataí (RS).

A argumentação, contudo, não parecia sensibilizar o secretário, um dos principais auxiliares do ministro da Economia, Paulo Guedes. Munhoz, então, foi direto: “Corremos o risco de fechar [as fábricas]”. O secretário devolveu: “Se precisar fechar, fecha”.

Conforme a Folha, a declaração gerou mal-estar entre os presentes na reunião, uma vez que a GM emprega mais de 13 mil pessoas em São Caetano do Sul e em São José dos Campos.

Segundo o jornal paulista, a montadora não chegou a apresentar no encontro nenhum pleito específico ao governo federal. A GM vem ameaçando deixar a América do Sul caso não rentabilize suas fábricas na região, principalmente em São Paulo.

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