Publicado em 14/02/2025 às 11h08.

Setor de etanol brasileiro questiona medida tarifária de Trump

A imposição de reciprocidade nas tarifas, que afeta o etanol, desperta críticas e preocupa o setor quanto aos impactos nas políticas climáticas

Redação
Foto: White House Archived

Entidades do setor de etanol demonstraram preocupação com o memorando assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prevê a reciprocidade de tarifas para países que exportam para os americanos, citando o etanol brasileiro como exemplo.

Em nota, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) e a Bioenergia Brasil classificaram a medida como um “retrocesso” e criticaram a postura adotada pelo governo norte-americano.

Na quinta-feira (13), o presidente dos EUA assinou um decreto que impõe a reciprocidade de tarifas para países que tributam as importações de produtos norte-americanos. No documento, o etanol brasileiro é citado: “A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. No entanto, o Brasil impõe uma tarifa de 18% sobre as exportações de etanol dos EUA. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o país.” Essa ação integra a guerra tarifária instaurada por Trump desde o início de seu mandato.

Para o setor de etanol, a decisão evidencia o distanciamento do governo americano das políticas de combate às mudanças climáticas.

“A medida busca equiparar o etanol produzido no Brasil e nos Estados Unidos, desconsiderando que eles possuem atributos ambientais e potencial de descarbonização distintos, o que torna a reciprocidade sem sentido. Se efetivada, representará mais um passo dos Estados Unidos rumo ao abandono das ações de combate às mudanças climáticas”, afirma a nota divulgada nesta sexta-feira (14/2).

As entidades convocam os estados americanos e a indústria local a se mobilizarem para impedir esse retrocesso proposto pelo governo.

Veja a nota completa:

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) e a Bioenergia Brasil, principais representantes do setor no país, lamentam a inclusão do etanol no Memorando de Tarifas Recíprocas, anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na quinta-feira, 13 de fevereiro. O documento determina a realização de estudos para o “Plano Justo e Recíproco”, que visa modificar as atuais relações comerciais dos Estados Unidos.

A medida pretende equiparar o etanol produzido no Brasil ao dos Estados Unidos, ignorando suas diferenças em atributos ambientais e potencial de descarbonização, o que torna a reciprocidade sem fundamento. Se confirmada, será mais um passo dos EUA rumo ao abandono das políticas de combate às mudanças climáticas.

As entidades esperam que os estados americanos e a indústria local, comprometidos com a luta contra as mudanças climáticas, atuem para evitar esse retrocesso proposto pelo governo.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.