Publicado em 28/11/2025 às 14h26.

Tarifas dos EUA ainda pressionam exportações baianas, aponta Amcham

Análise foi detalhada no Bahia Avança 2025

Redação
Foto: Divulgação/ Assessoria

 

Mesmo após os ajustes tarifários anunciados recentemente pelo governo Donald Trump, o cenário segue crítico para o setor produtivo baiano. Durante o Bahia Avança 2025, realizado nesta quarta-feira (27), no Cine Glauber Rocha, em Salvador, a Amcham Brasil apresentou um panorama atualizado sobre o impacto das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos.

A análise mostrou que mais de 50% das exportações da Bahia para o mercado americano continuam sujeitas a sobretaxas que chegam a 40% e 50%. Os produtos industriais permanecem como os mais afetados, justamente por serem itens de maior valor agregado.

O diagnóstico foi apresentado por Fabrizio Panzini, diretor de Políticas Públicas e Relações Governamentais da Amcham Brasil. Ele afirmou que, mesmo com uma melhora recente, os efeitos sobre a competitividade baiana continuam severos.

“O cenário tem avançado, mas a pressão tarifária ainda é algo impensável para parceiros comerciais dessa relevância. Mesmo com o ajuste recente, seguimos com mais da metade das exportações atingidas por tarifas de 40% e 50%”, destacou.

Panzini apresentou ainda dados atualizados que indicam avanço parcial para o estado.

“O volume de exportações baianas que estavam livres de sobretaxa saltou de 140 milhões de dólares para quase 230 milhões de dólares após as mudanças recentes. Ainda assim, produtos tarifados registraram quedas expressivas nos últimos meses, o que revela uma perda contínua de competitividade no mercado americano”, afirmou. As retrações acumuladas foram de 22% em agosto, 26% em setembro e 27% em outubro.

A Amcham também reforçou o peso estratégico dos Estados Unidos para a economia baiana. Atualmente, 89% das exportações do estado destinadas ao mercado americano são compostas por produtos industriais, segmento diretamente atingido pelas sobretaxas impostas nos últimos meses.

Thiago Mota, superintendente regional da Amcham Brasil, destacou que a volatilidade internacional exige informação técnica precisa e diálogo contínuo com o setor produtivo.

“O empresariado precisa de previsibilidade para planejar investimentos e estratégias de mercado. Nosso papel é oferecer análises qualificadas, compreensão de tendências globais e articulação com lideranças que possam ampliar a competitividade da Bahia em um ambiente econômico cada vez mais desafiador”, afirmou.

O Bahia Avança 2025 reuniu executivos, economistas, lideranças empresariais e representantes de diversos setores para discutir caminhos de desenvolvimento regional.

A programação teve debates sobre infraestrutura, transição energética, inovação e governança corporativa. O encontro foi encerrado com um momento de relacionamento entre os participantes.

O evento foi realizado pela Amcham Brasil e contou com patrocínio do Grupo Empório, Petrobahia e Retech. A iniciativa teve apoio do Cine Glauber Rocha e da Rede Bahia.

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