Publicado em 10/03/2016 às 22h00.

Tesouro anuncia primeira captação externa desde setembro de 2014

A avaliação é de que a captação pode ser um importante teste da percepção dos investidores estrangeiros no Brasil

Agência Estado
dólar novo
Foto: Reprodução internet

 

Apesar do cenário de crise política e econômica, o Tesouro Nacional anunciou nesta quinta-feira (10), uma captação externa em dólares de um título da dívida externa com prazo de 10 anos, o Global 2026. O mandato para a operação foi dado pelo governo brasileiro aos bancos Bank of America Merrill Lynch e JP Morgan. O título será emitido no mercado global e o resultado será divulgado ao final do dia.

Com a melhora recente do mercado externo, o governo brasileiro encontrou uma janela de oportunidade para fazer a primeira captação externa desde setembro de 2014. A operação do Brasil segue a de outros países emergentes que também estão acionando o mercado internacional nos últimos dias. É o primeiro retorno do Brasil ao mercado depois de a nota de classificação de risco ter sido rebaixada pelas três agências – Standard & Poor’s, Fitch e Moody’s.

O Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apurou que a redução recente da preocupação com a economia da China, favorecendo os países emergentes, e a melhoria do preço do barril do petróleo, que ultrapassou US$ 40 há três dias pela primeira vez em 2016, melhoram o cenário externo, contribuindo para a decisão da captação pelo Tesouro Nacional.

Esse cenário melhor já vinha sendo observado, nas últimas semanas, e hoje as condições foram consideradas favoráveis para a venda do Global 2026, um bônus da dívida externa com prazo de referência de 10 anos.

A opção pelo prazo de 10 anos é considerada “natural”, já que a outra alternativa – um papel com prazo de vencimento mais longo de 30 anos – é bem mais difícil de ser colocado no mercado, principalmente depois de um ano e meio em que o Brasil está fora do mercado internacional.

O Global 2026 é um novo papel de 10 anos que está sendo lançado pelo governo. Tradicionalmente em uma primeira emissão, como é o caso do Global 2026, o volume gira em torno de US$ 1 bilhão. Os organizadores da emissão estão confiantes na operação de hoje, embora o cenário atual vai levar uma taxa de juros mais alta do que as captações feitas no passado pelo BC.

A avaliação é de que a captação pode ser um importante teste da percepção dos investidores estrangeiros no país, justamente num momento em que o Brasil enfrenta grandes dificuldades econômicas e políticas.

A última operação foi feita em setembro de 2014, quanto foram emitidos US$ 1,05 bilhão do Global 2025, papel na época com prazo de 11 anos. O Global 2026, que está sendo lançado nesta quinta, terá vencimento em 07 de abril de 2026.

 

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