Vendas de imóveis ficam em alta em 2024, mas juros podem frear crescimento em 2025
Impulsionado pelo Minha Casa, Minha Vida, o setor registra alta em lançamentos e vendas, mas enfrenta juros elevados e custos crescentes para 2025

Apesar de um crescimento de quase 21% em 2024, o setor da construção civil encara 2025 com cautela, devido aos juros elevados e ao aumento do custo do crédito no país. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), os lançamentos cresceram 18,6% em comparação com 2023, e as vendas registraram alta de 20,9% na mesma base anual.
No decorrer do ano, foram lançados 383.483 apartamentos em 221 cidades analisadas pela CBIC – incluindo as 27 capitais e as principais regiões metropolitanas – enquanto as vendas somaram 400.547 unidades. O Valor Geral de Lançamentos (VGL) teve um acréscimo de 20,72%, e o Valor Geral de Vendas (VGV) subiu 22,45%.
Para o presidente da CBIC, Renato Correia, esses números demonstram o esforço do setor em dinamizar o mercado habitacional e atender à crescente demanda por moradias, especialmente as de interesse social.
“Esses dados reforçam o aquecimento da atividade, mesmo diante dos desafios macroeconômicos, como o aumento da taxa Selic, a persistente alta dos custos e a preocupação com a inflação”, destacou ele durante coletiva nesta segunda-feira (17/2).
No final de 2024, tanto os lançamentos quanto as vendas tiveram aumento, com o quarto trimestre registrando o maior número de unidades lançadas desde o primeiro trimestre de 2017.
O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV), do governo federal, desempenhou papel crucial na expansão do mercado em 2024. Os lançamentos de unidades enquadradas no programa cresceram 44,2% em relação a 2023, enquanto as vendas subiram 43,3% no mesmo período. Vale ressaltar que o levantamento considera apenas unidades de mercado financiadas, excluindo aquelas subsidiadas na Faixa 1 do programa.
Com a maior demanda por imóveis e o aumento dos custos na construção – decorrente do encarecimento de materiais e mão de obra – o preço médio dos imóveis residenciais manteve a tendência de valorização observada nos anos anteriores, acumulando um crescimento de 6,93% em 2024. Além disso, a elevação da taxa Selic – que começou 2024 em 11,75% e encerrou o ano em 12,25% – impactou diretamente o custo do crédito imobiliário. Mesmo assim, o mercado seguiu aquecido, com destaque para o segmento de médio e alto padrão.
O setor alerta que o aumento dos juros ao longo do ano passado encareceu o financiamento imobiliário, podendo afetar a demanda em 2025, especialmente para imóveis destinados às classes média e alta. A expectativa de inflação acima da meta e o crescimento dos custos com mão de obra e materiais de construção também geram preocupação entre os empresários.
O governo projeta uma inflação de 4,8% para 2025, com redução nos preços dos alimentos.
“2024 se consolidou como um período de crescimento e retomada para o mercado imobiliário brasileiro. A expansão dos lançamentos e das vendas, sobretudo no segmento de habitação popular, demonstrou a resiliência do setor mesmo em um cenário econômico desafiador”, afirmou Correia. Contudo, ele ressaltou que as incertezas macroeconômicas e as dificuldades no acesso ao crédito podem impactar o ritmo de crescimento no próximo ano, exigindo maior atenção dos agentes do setor para manter a sustentabilidade do mercado.
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