Vendas no varejo baiano caem 9,7% e têm pior março em 20 anos, aponta IBGE
Beneficiados pelo isolamento imposto em razão da pandemia, supermercados e farmácias vendem 7,3% a mais
As vendas do comércio varejista baiano caíram 9,7% em março, já na esteira da crise decorrente do novo coronavírus no país. Na comparação com fevereiro, essa é a maior queda do setor no estado desde 2000, quando foi iniciada a série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Na Bahia, as vendas também desabaram na comparação com o mesmo março do ano passado, com retração de 7,6%. O índice é o primeiro resultado negativo frente ao mesmo mês do ano anterior, após cinco altas seguidas e uma estabilidade registrada em fevereiro. Foi ainda a maior queda das vendas para um mês de março desde 2016, quando havia sido registrado um recuo de 12,3%.
O resultado também foi pior que o verificado em âmbito nacional (-1,2%) e acompanhou o movimento de retração verificado em 23 dos 27 estados. Em relação a março de 2019, as vendas caíram mais em Rondônia (-25,3%) no Ceará (-14,4%) e no Acre (-11,8%). São Paulo (5,4%), Tocantins (3,4%) e Mato Grosso (2,1%) tiveram os melhores resultados.
Com o desempenho de março, as vendas do varejo baiano acumulam queda de -2,3% no primeiro trimestre de 2020, frente ao mesmo período de 2019. É um resultado pior que o nacional (alta de 1,6%) e um dos 10 recuos entre os 27 estados.
No acumulado nos 12 meses encerrados em março (frente aos 12 meses anteriores), porém, o desempenho das vendas do comércio na Bahia ainda se mantém positivo (1,5%), embora abaixo do verificado no Brasil como um todo (2,1%), acompanhando o movimento de alta registrado em 20 estados.
De fevereiro para março, o comércio varejista baiano teve um resultado pior que o do Brasil como um todo, onde as vendas caíram -2,5%, com retrações em quase todos os estados. Nesse confronto, houve variação positiva apenas em São Paulo (+0,7%). Rondônia (-23,2%), Amazonas (-16,5%) e Acre (-15,7%) apresentaram os maiores recuos.
Supermercados e farmácias vendem 7,3% a mais
Entre os oito setores pesquisados pelo IBGE, seis atividades do varejo restrito (que exclui as vendas de automóveis e material de construção) se salvaram em março.
Avançaram nas vendas daquele mês hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,0%) e de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (7,3%) .
O segmento de vestuário, por outro lado, caiu 40,8%, o que, segundo o IBGE, mais contribuiu para a queda do varejo na Bahia. A atividade apresentou sua maior retração mensal nas vendas desde o início da série histórica da PMC para esse indicador, em 2001.
A segunda principal influência negativa no resultado geral das vendas no estado veio do segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico (-21,8%). A atividade engloba parte representativa dos grandes sites de comércio on-line.
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