Votação do projeto que recria Dpvat fica para 7 de maio
Pedido de vista coletivo adiou votação
Um pedido de vista coletivo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado adiou para a próxima terça-feira (7) a votação do projeto que cria o Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (Spvat), em substituição ao antigo Dpvat, que era pago pelos proprietários de veículos automotores e foi extinto em 2021. Enviado pelo governo federal em caráter de urgência, o texto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e tem sido usado como moeda de negociação entre Executivo e Legislativo para compensar o veto presidencial que retirou RS 5,6 bilhões em emendas parlamentares do orçamento deste ano.
A negociação prevê que R$ 3,6 bilhões da arrecadação do seguro obrigatório sejam usados para o pagamento de emendas para deputados (R$2,4 bi) e senadores (1,2 bi). O projeto recebeu uma emenda na Câmara que permite aumentar as despesas da União em R$ 15,7 bilhões neste ano. O senador Jaques Wagner (PT-BA), relator do texto no Senado, disse que a antecipação dos recursos é necessária para atender à demanda do Congresso por emendas parlamentares.
“Nós, parlamentares, não abrimos mão dos R$ 11 bi e, achando pouco, botamos mais R$ 5,6 bi, que teve que raspar de mais lugar ainda porque a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) diz que você tem que mostrar da onde sai o dinheiro”, explicou. Por meio das emendas, os parlamentares indicam onde os recursos do orçamento público deverão ser investidos. O projeto recebeu críticas da oposição, que argumentou que a medida recria impostos e sobrecarrega a população com o seguro obrigatório. O líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), disse a medida é injusta.
“Mais uma vez, o governo recorre a aumentar impostos, a taxar a população e de forma regressiva, perversa, contra as pessoas mais pobres, na contramão do discurso de um governo que se diz socialmente justo”, afirmou. O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), também lamentou a recriação do seguro. “É uma tristeza, porque recria um imposto desnecessário, inútil, mais uma maneira de tirar dinheiro da população”.
Coube à senadora Zenaide Maia (PSD-RN) fazer a defesa do seguro obrigatório. Para ela, a medida beneficia a população mais pobre que, vítima de um acidente de trânsito, não tem recursos para despesas médicas ou de reabilitação. “As pessoas precisam [do seguro]. Como sou médica e trabalhei muito tempo no serviço público, posso dizer que eles sentem falta disso! As pessoas que são atropeladas, que morrem em trânsito”, destacou.
O relator Jacques Wagner também defendeu a necessidade do seguro obrigatório para as vítimas de acidentes de trânsito. Segundo ele, quem mais usa o serviço são os motociclistas acidentados. “O Dpvat é uma política social. Não tem nada a ver com o imposto. Uma parte vai para o SUS [Sistema Único de Saúde] porque é o SUS que é sobrecarregado com os acidentes de moto ou de automóvel”, argumentou, lembrando que o SUS é beneficiado pela política.
Seguro obrigatório
Criado em 1974, o Dpvat é um seguro obrigatório destinado a indenizar vítimas de acidentes de trânsito ocorridos em todo o território nacional. A indenização é paga em casos de morte, invalidez permanente total ou parcial e para o reembolso de despesas médicas e hospitalares da rede privada por danos físicos causados por acidentes com veículos automotores de via terrestre ou por suas cargas.
A cobrança foi extinta em 2021, quando a Caixa Econômica Federal assumiu a gestão dos recursos e pagamentos do Dpvat no lugar da Seguradora Líder, que era um consórcio de empresas privadas. Na ocasião, havia um excedente em torno de R$ 4,3 bilhões, que permitiu a manutenção dos pagamentos do seguro às vítimas de acidentes de trânsito, mesmo sem a cobrança aos motoristas. Entretanto, o pagamento das indenizações foi suspenso em novembro do ano passado, por falta de saldo no fundo do Dpvat Com a aprovação do projeto, o seguro anual obrigatório voltará a ser cobrado de proprietários de veículos e continuará a ser operado pela Caixa Econômica Federal.
Mais notícias
-
Economia
20h20 de 22 de novembro de 2024
Equipe econômica fecha em R$ 6,1 bilhões o corte de gastos para garantir meta fiscal de 2024
O governo acredita que fechará o ano perto do piso da banda da meta fiscal, que é de déficit zero
-
Economia
17h55 de 22 de novembro de 2024
Mais empregos: Bahia registra menor taxa de desocupação em 12 anos
O estado baiano está entre os sete que apresentaram queda significativa da taxa de desemprego
-
Economia
17h45 de 22 de novembro de 2024
Baiano será um dos representantes do Brasil em fóruns internacionais na Europa
Em agenda por Cracóvia e Genebra, Manoel Jorge e Silva Neto discutirá temas sobre Direitos Humanos e Comércio Justo na América Latina
-
Economia
17h42 de 22 de novembro de 2024
Petróleo sobe 1% para máxima de 2 semanas com intensificação da guerra na Ucrânia
Ambas as referências do petróleo subiram cerca de 6% na semana
-
Economia
17h27 de 22 de novembro de 2024
Taxas de juros sobem com mercado à espera de dados e medidas fiscais
Avanço dos prêmios no Brasil ocorreu a despeito de no exterior os rendimentos dos Treasuries estarem em baixa
-
Economia
16h47 de 22 de novembro de 2024
Fábrica da Kimberly-Clark na Bahia será modernizada e ampliada com novos investimentos
O investimento tem como objetivo ampliar a capacidade produtiva da unidade, especializada em produtos de higiene
-
Economia
16h21 de 22 de novembro de 2024
Bahia destinou R$ 121,2 milhões em 10 anos a projetos esportivos e culturais com recursos do ICMS
Investimento viabilizou 1.565 projetos esportivos e culturais, entre 2013 e 2023, e 172 novos em 2024
-
Economia
16h18 de 22 de novembro de 2024
Ações da Alphabet desabam com pressão para que Google venda o Chrome
Departamento de Justiça dos EUA quer ampliar a concorrência no setor
-
Economia
15h45 de 22 de novembro de 2024
Petrobras avalia joint venture para etanol e quer ‘começar grande’, diz Tolmasquim
Plano de entrada no mercado de etanol é uma das novidades do novo plano de negócios da Petrobras
-
Economia
15h27 de 22 de novembro de 2024
USDA reduz safra de café do Brasil para 2024/25 em 3,5 milhões de sacas
Colheita estava estimada em 66,4 milhões de sacas de 60 kg, ainda assim, a produção total teve tímido aumento de 0,2%