XP projeta alta do PIB em 3,1% e eleva projeção para inflação em 2024
Análises consideram que situação fiscal no Brasil ainda sustenta percepção de maior risco doméstico

A dinâmica com viés expansionista fiscal e parafiscal do governo pode mostrar que regras fiscais não devem ser suficientes para estabilizar a relação dívida pública/PIB, destaca a equipe macroeconômica da XP. A atividade econômica mais aquecida segue se apresentado como fisco para inflação futura, de acordo com informações do portal InfoMoney.
Em seu relatório “Macro Mensal”, o time de economistas da corretora manteve algumas visões, como elevação da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) até 12%. Já para o PIB, a projeção foi mantida de alta de 3,1% em 2024, com riscos altistas no curto prazo. Para 2025, a indicação também é de crescimento econômico sem maior desaceleração, com PIB em 1,8%.
A XP também vê que o alívio na inflação de curto prazo tende a ser temporário, dados os fundamentos desafiadores – baixa ociosidade na economia, problemas climáticos, taxa de câmbio mais depreciada. “Elevamos nossa projeção para o IPCA de 2024, de 4,4% para 4,6%, por conta da maior pressão em energia elétrica. Para 2025, projetamos inflação de 4,1% (antes: 4,0%), devido a ajustes nos preços de proteínas”, diz os economistas.
As projeções são próximas do revisto pelo Itaú. O banco também realizou revisão de cenário e alterou algumas projeções. No relatório, o Itaú destacou a piora na transparência fiscal. A expectativa de PIB foi elevada para 3,2% (dos 3,0% anteriores)e a inflação aumentou de 4,2% para 4,4% para 2024. A alteração se deu pela incorporação da bandeira tarifária amarela de dezembro e altas recentes de preços de alimentos.
Selic
Já o ciclo da Selic deve levar a uma taxa de 11,75% ao ano (a.a.) ao final de 2024 e 12% a.a. no início de 2025. O banco tem expectativa de que os cortes na taxa possam começar na segunda metade do ano que vem, chegando a 11% a.a. ao fim de 2025. No entanto, se houver resiliência da economia ou, ainda, aumento significativo do prêmio de risco com impacto na taxa de câmbio, o ciclo de alta poderia ser mais intenso.
O economista Caio Megale, da XP, afirma que, mesmo mantendo a previsão da taxa Selic terminal em 12%, o risco está inclinado para cima, com a possibilidade do Copom continuar a elevar os juros em 2025, caso a inflação acelere no quarto trimestre. Segundo ele, uma apreciação do real, estimulada por fatores como o pacote de estímulos da China, poderia aliviar as pressões inflacionárias, permitindo uma política monetária menos restritiva.
Câmbio
Mesmo considerando a taxa de câmbio mais apreciada, o economista da XP, Rodolfo Margato, destaca que riscos persistem. O Research da corretora mantém a projeção do dólar em R$ 5,40, valor considerado acima do sugerido pelos fundamentos econômicos.
“Nossos modelos baseados em fundamentos apontam para taxa de câmbio entre 5,00 e 5,20 reais por dólar no curto prazo. Contudo, parte do prêmio de risco embutido nos ativos brasileiros deve ser mais duradoura. Deste modo, continuamos a projetar 5,40 reais por dólar para o final de 2024 e para 2025, reconhecendo o elevado grau de incerteza adiante”, pontuou a XP.
O Itaú sustenta a mesma projeção de R$ 5,40 para fim de 2024 mas considera viável que o dólar fique em R$ 5,20 para fim de 2025.
Contas públicas
O resultado primário acumulado até agosto ficou abaixo do esperado, com o governo central registrando um déficit de R$ 101,6 bilhões no ano. Mesmo excluindo os R$ 13 bilhões de despesas relacionadas ao Rio Grande do Sul e outras exceções, o déficit ainda é de R$ 88,6 bilhões, muito superior ao limite inferior da meta de resultado primário, que é de R$ 28,8 bilhões.
Apesar desse cenário, Tiago Sbardelotto, da XP, atribui alta probabilidade de o déficit primário ficar dentro do intervalo da meta. O governo depende de receitas extraordinárias, como a compensação pela desoneração da folha e os dividendos de estatais, para atingir essa meta.
Ele projeta um déficit primário total de R$ 66,1 bilhões (0,6% do PIB), excluindo exceções, o que colocaria o déficit em R$ 32,2 bilhões (0,3% do PIB), apenas R$ 3,4 bilhões abaixo do limite da meta. Sbardelotto ainda vê necessidade de um pequeno contingenciamento adicional para alcançar o objetivo.
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