Cachês são expostos ao público em Festival de Garanhuns

A medida pretende diminuir polêmicas envolvendo recursos públicos, como aconteceu no São João de Caruaru

James Martins

Cachês de artistas, quando pagos pelo erário, quase sempre geram polêmicas. Alguns reclamam do suposto desperdício, outros da discrepância nos valores pagos às estrelas. Há ainda alguns artistas que reclamam de atrasos ou calotes. Buscando atender à demanda pública por uma transparência cada vez maior, o governo de Pernambuco divulgou os valores pagos aos artistas que se apresentaram neste ano no Festival de Inverno de Garanhuns.

A publicação aconteceu nos próprios locais de shows, em banners dispostos ao lado dos palcos. A medida atende à Lei 15.818, estadual, sancionada em junho, mas em vigor desde o dia 15 deste mês. Pela informação exposta, qualquer cidadão pode saber, sem maior esforço, que o cachê pago à cantora baiana Larissa Luz, R$ 20 mil, foi seis vezes menor que o recebido por Alceu Valença, R$ 120 mil, por exemplo.

(Foto: Júlio Cavani | Diário de Pernambuco)

Para a produtora cultural Aleksandra Pinheiro, a medida e a lei são positivas e poderiam ser adotadas também na Bahia, se não integralmente, com adaptações e melhorias. “O recurso é público, logo, a prestação idem. Embora não detalhe os dados dos pagamentos, acho uma iniciativa muito boa. A lei em Pernambuco não é completa? Então que a Bahia adapte e a melhore”, diz. E acrescenta: “Acho ainda que, quem trabalha com transparência e lisura, não temeria se adaptar a esta ‘novidade’”.

No contexto pernambucano, a medida responde às polêmicas causadas pelos cachês do São João de Caruaru, questionados pelo Ministério Público em um processo que culminou na doação pelo cantor Wesley Safadão de R$ 575 mil, correspondente ao seu pagamento.