Jornalista, apaixonado por comunicação e cultura, pós-graduando em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Atualmente integra as redações do Bahia.ba e do BNews, escrevendo principalmente sobre entretenimento, mas transitando também por outras editorias. Com passagens pelos portais Salvador Entretenimento e Voz da Cidade, tem experiência em reportagem, assessoria e Social Media.
Publicado em 19/12/2025 às 15h10.
Claudia Leitte é processada após retirar nome de orixá de música; saiba detalhes
MP-BA e Idafro pedem retratação pública da cantora após mudança de letra
Edgar Luz

A cantora Claudia Leitte virou alvo de uma ação judicial movida pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro). O processo, protocolado na 7ª Vara da Fazenda Pública de Salvador, acusa a artista de praticar intolerância religiosa ao alterar, de forma recorrente, letras de músicas tradicionais do axé, retirando referências a orixás e substituindo-as por termos ligados ao cristianismo.
De acordo com a ação, mesmo após a judicialização do caso, Claudia voltou a modificar uma canção consagrada ao trocar o nome do orixá Ogum pela palavra “Yeshua”. Para o MP e o Idafro, a atitude reforça um padrão contínuo de desrespeito às religiões de matriz africana e representa um esvaziamento simbólico de elementos centrais da cultura afro-brasileira.
Pedido de retratação
Entre as solicitações apresentadas à Justiça está a exigência de uma retratação pública por parte da cantora. O texto também pede que Claudia Leitte se abstenha de praticar qualquer ato que configure discriminação religiosa, direta ou indireta, seja em shows, entrevistas, produções artísticas ou nas redes sociais, especialmente aqueles que envolvam a supressão ou desvalorização de referências às religiões afro-brasileiras.
O Idafro sustenta que as mudanças não podem ser justificadas como liberdade artística ou de crença, uma vez que se tratam de músicas consolidadas há décadas, ligadas à memória coletiva, à identidade cultural da Bahia e à própria história do axé music. Para a entidade, as alterações promovem a descaracterização de um bem cultural protegido.
Na petição, o Idafro aponta que o axé tem ligação direta com a ancestralidade africana e com as religiões de matriz africana. O documento destaca ainda que Claudia Leitte construiu sua trajetória artística dentro desse contexto cultural e nunca migrou formalmente para o segmento gospel, apesar de optar por modificar letras tradicionais.
A ação também lembra que as religiões afro-brasileiras são reconhecidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como patrimônio cultural imaterial, o que exige proteção específica do Estado, sobretudo diante do histórico de estigmatização e preconceito. Leis como o Estatuto da Igualdade Racial e a Lei da Ação Civil Pública também são citadas como base jurídica para a defesa da honra e da dignidade desses grupos religiosos.
O que MP-BA e Idafro pedem?
Além da retratação pública, o processo solicita que a Justiça reconheça que as alterações configuram intolerância religiosa e determine que a cantora se abstenha de novas modificações em letras que integrem o patrimônio cultural afro-brasileiro. O pedido de tutela antecipada foi reforçado diante da reincidência da conduta.
Claudia Leitte já declarou, em outras ocasiões, que as mudanças estariam ligadas à sua liberdade de crença. Para o MP-BA e o Idafro, no entanto, o direito individual à fé não autoriza a descaracterização de símbolos religiosos de uma coletividade historicamente vulnerabilizada.
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