Jornalista com experiência na área cultural, com passagem pelo Caderno 2+ do jornal A Tarde. Atuou como assessor de imprensa na Viva Comunicação Interativa, produzindo conteúdo para Luiz Caldas e Ilê Aiyê, e também na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador. Foi repórter no portal Bahia Econômica e, atualmente, cobre Cultura e Cidade no portal bahia.ba.
DRT: 7543/BA
Publicado em 24/11/2025 às 13h45.
Conheça a história por trás da foto de Jimmy Cliff com camisa do Bahia
Durante gravação com o Olodum em Salvador, no ano de 1999, Maurício Cabeleira fez o registro histórico
João Lucas Dantas

Foto: Maurício Cabeleira/ Divulgação
A relação do cantor jamaicano Jimmy Cliff com a Bahia é amplamente conhecida. Falecido nesta segunda-feira (24), o mestre do reggae chegou a morar em Salvador, teve uma filha baiana, fez shows na Fonte Nova e com Gilberto Gil.
Em homenagem ao grande músico que nos deixou, de coração também brasileiro, o bahia.ba localizou o fotógrafo responsável por presentear o cantor com uma camisa do Esporte Clube Bahia durante a gravação de No Woman, No Cry para o disco de 20 anos do Olodum, em Salvador, em 1999.
Da Jamaica para Salvador
Maurício Cabeleira fazia parte do quadro de gerência artística da gravadora Sony na época, produzindo discos do Nordeste. Para comemorar as duas décadas do bloco afro mais conhecido do Brasil, a produtora deu a ideia de montar um disco especial.
“Eu troquei uma ideia com Miguel Plopschi, que era diretor artístico da Sony, e eu trabalhava com ele, que também foi saxofonista dos Fevers. Em uma dessas conversas, ele me falou ‘Maurício, vamos tentar fazer um disco com o Olodum. Eles vão fazer 20 anos agora, vamos criar um projeto’. Aí fizemos, entramos em contato com a banda por meio do estúdio WR Bahia, que também entrou no esquema para fazer a produção. E os caras toparam”, assim teve início o que viria a ser um grande encontro.
Olodum na área, repertório definido, músicos convocados e arranjos do saudoso maestro Letieres Leite, era hora de definir as participações especiais. Caetano Veloso gravou Lua de São Jorge, composição do próprio; Ivete Sangalo deu voz a Rosa, de Pierre Onasis; Toni Garrido (Cidade Negra) participou em O Reggae Não Pode Morrer, de Germano Meneghel, Silvio Almeida e Legel.
E, claro, para abrir o disco, o jamaicano Jimmy Cliff veio de longe só para dar voz a No Woman, No Cry, do conterrâneo Bob Marley, com o Olodum cantando a versão de Gilberto Gil em português.
“Aí eu cheguei para Miguel e falei: ‘Vamos chamar Jimmy Cliff para gravar uma’. E ele questionou como localizaríamos ele, só que eu tinha o endereço dele aqui. Pegamos e mandamos um e-mail para o escritório dele, dando a ideia para ele vir gravar com a gente aqui na WR. Mandamos o e-mail e, no outro dia, chegou a resposta. Ele aceitou. Cobrou 10 mil dólares para fazer a gravação, uma passagem Paris–Salvador e outra Salvador–Jamaica. Topamos e acertamos tudo. Ele veio”, daí nasce mais um grande fruto para a música baiana.

Foto: Maurício Cabeleira
A chegada de Jimmy Cliff
“Eu me lembro bem. O estúdio estava marcado de nove da manhã até três da tarde. Eu fui para o estúdio cedo, por volta de oito horas. Ele disse que não precisava que eu fosse buscá-lo, que iria direto para o estúdio, porque já conhecia Salvador. Ele veio para cá pela primeira vez em 1980, para tocar na Fonte Nova com Gilberto Gil. Naquela época eu trabalhava na Warner e acompanhei tudo com ele. Fiz uma amizade grande, trabalhamos em muita coisa aqui”, relembrou Maurício.
Segundo o responsável pelo encontro, chovia muito nesse dia na capital baiana e, mesmo assim, Jimmy Cliff chegou dez minutos antes do horário previsto. “A camisa que ele está usando naquela foto fui eu quem deu. Era uma camisa de Lima Sergipano, que jogou no Bahia e me deu essa camisa. Eu sempre dava camisas do time para artistas que pediam ou gostavam”, pontuou.
“Voltando à WR, chegamos lá e Wesley Rangel falou com ele, explicou que a música já estava gravada e que o tom era dó maior. Normalmente, quando você vai gravar com outro artista, a gente checa primeiro a tonalidade para ver se funciona. Se não ficar bom, a gente faz uma modulação no áudio para o artista entrar com outra voz, faz aquela coisa técnica para a gravação ficar legal”, explicou Cabeleira.
Para Jimmy Cliff, o tom estava um pouco acima do que ele estava acostumado, mas isso não o impediu de seguir com o trabalho, correspondendo às expectativas.
“A música entrou, ele começou a cantar, pediu para parar e disse: ‘É um pouco alto para mim, mas eu vou cantar assim mesmo’. Na segunda vez, ele matou. Não precisou de mais do que duas passadas para ele cantar e terminar a música. Quer dizer, ele não passou meia hora dentro do estúdio para gravar essa música”, concluiu Maurício Cabeleira, ao contar um pedaço da grande relação que o jamaicano manteve com a Bahia, que culminou no LP 20 Anos do Olodum, além de uma foto histórica.
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