Publicado em 01/07/2017 às 15h01.

De Raul pra Tuzé: ‘Cuidado com o ambiente de maconha no Rio’

Tuzé de Abreu narra mais uma de suas deliciosas lembranças do mundo musical, dessa vez envolvendo Raul Seixas

James Martins
Montagem: bahia.ba
Montagem: bahia.ba

 

O músico baiano Tuzé de Abreu, do alto de seus 69 anos (um verdadeiro “sex-appeal-genário”), vem usando o Facebook para contar suas memórias do meio musical, sempre reveladoras e deliciosas, envolvendo personagens diversas como Luiz Melodia, Tom Zé, João Gilberto, Walter Smetak etc. Nesse sábado a postagem do flautista, que muitos seguidores sonham ver transformadas em um livro, fala de Raul Seixas – mais que um simples colega, um verdadeiro mito desde que morreu em 1989.

“Raul era um pouco mais velho que eu, mas nos identificavamos porque num clube que costumavamos frequentar, nunca éramos escolhidos para os babas. Para mim era mais vergonhoso, porque todos os meus três irmãos eram bons de bola. E, logo eu, o mais velho, não era. Então eu ficava de fora, junto com Raul Seixas (na época Raulzito) e outros. Neste tempo não pensávamos em ser músicos”, começa ele a narrativa.

Após falar do início das carreiras de ambos, a rivalidade bossa nova x rock’n’roll (depois rompida pelo tropicalismo), Tuzé então relembra o dia em que encontrou o fã de Elvis Presley em um ponto de ônibus na Praça da Sé:

“Qual não foi minha surpresa vê-lo dirigir-se a mim, sorrindo amistosamente e dizendo mais ou menos assim: ‘Oi Tuzé, tudo bem? Quero lhe convidar pra vir comigo à minha casa ouvir o compacto que acabei de comprar. ‘Ray Charles cantando Stella by Starlight’. Eu agradeci e disse a ele que ia para casa. Ele insistiu. ‘Não! Vamos comigo’. Insistiu tanto q’eu fui, morrendo de vergonha. Na casa dele, a mãe e a mulher dele me trataram super bem, fizeram lanche pra nós, ouvimos o disco – aliás soberbo- e ficamos conversando”.

E aí chegou a hora do conselho do roqueiro ao bossanovista: “Depois de algum tempo eu disse que queria ir pra casa. Ele então disse: ‘Soube que você está tocando com Caetano Veloso. Nos conhecemos há muito tempo, nossas famílias se conhecem (eu não sabia disso) por isso lhe digo: Muito cuidado com o ambiente de maconha do Rio de Janeiro”.

O texto prossegue pela super fama de Raul e narra ainda um reencontro, com o então consagrado autor de clássicos como “Ouro de Tolo”, já no Rio. Tuzé, infelizmente, não conta como reagiu ao conselho sobre “o ambiente de maconha” carioca. Mas vale ler o texto completo abaixo:

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