Publicado em 28/11/2025 às 11h32.

Exposição ‘Abusar do arquivo’ destaca memória e imagens no contemporâneo

Mostra reúne oito fotógrafos que revisitam acervos pessoais para criar novas narrativas visuais

João Lucas Dantas

Fotografia por Alice Kottler/ Divulgação

A exposição Abusar do arquivo: depois de tanta imagem abre no dia 3 de dezembro de 2025, às 19h, na Galeria do Goethe-Institut, e reúne trabalhos de oito artistas que exploram a memória, a sobrecarga de imagens no mundo contemporâneo e aspectos das relações afetivas, geracionais e sociais.

A visitação acontece de 4 a 16 de dezembro de 2025 e de 20 de janeiro a 6 de março de 2026, sempre de segunda a sábado, das 9h às 18h. Com curadoria de Fábio Gatti, a mostra apresenta um recorte das produções desenvolvidas durante o curso “Abusar do arquivo”, realizado no Ativa Atelier Livre em 2024.

A proposta parte de uma provocação: o que fazer com o acúmulo de imagens, guardadas em álbuns antigos, esquecidas em HDs ou perdidas nas redes digitais, que insistem em permanecer, mesmo quando deixadas de lado?

Fotografia por Jeferson Effren/ Divulgação

As obras de Alice Kottler, Cassandra Barteló, Jeferson Effren, Nana Brasil, Nayara Rangel, Ulla von Czékus, Vânia Viana e Zeza Maria, expostas no Goethe-Institut dentro desse período de visitação, são construídas a partir de seus arquivos pessoais, revisitados para acessar memórias, afetos e histórias.

São imagens de família, paisagens distorcidas, lembranças apagadas e gestos repetidos que revelam o quanto o arquivo pode ser também um campo de invenção, crítica, reaprendizagem e, sobretudo, de re-historicização. Cada artista, a seu modo, reativa suas imagens-lembranças, questionando o que escolhe guardar ou recontar e se surpreendendo ao reencontrar aquilo que havia sido esquecido.

Mais do que uma exposição sobre fotografia, Abusar do arquivo é um exercício de olhar — e de reolhar. É um convite a lidar com o excesso de imagens que nos atravessam diariamente e a transformar esse acúmulo em novas narrativas visuais. Como define o curador, “abusar do arquivo é uma prática: um modo de revisitar o que sobrou, de enxergar de novo o que parecia gasto, de encontrar, no esquecimento, outras possibilidades de memória”.

João Lucas Dantas
Jornalista com experiência na área cultural, com passagem pelo Caderno 2+ do jornal A Tarde. Atuou como assessor de imprensa na Viva Comunicação Interativa, produzindo conteúdo para Luiz Caldas e Ilê Aiyê, e também na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador. Foi repórter no portal Bahia Econômica e, atualmente, cobre Cultura e Cidade no portal bahia.ba. DRT: 7543/BA

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