Publicado em 15/08/2025 às 08h54.

Gilberto Gil cobra retratação de padre que ironizou morte de Preta: ‘Desrespeito’

Família Gil afirma que o sacerdote Danilo César agiu com "desrespeito à família, à memória da Sra. Preta Gil e às religiões de matrizes africanas"

Redação
Foto: Assessoria

 

O cantor Gilberto Gil exigiu uma retratação pública e punição do padre Danilo César, da Paróquia de Areial, após o religioso ironizar a morte de Preta Gil (1974-2025) durante uma missa. O artista enviou uma notificação extrajudicial à Diocese de Campina Grande.

De acordo com a família Gil, as declarações do padre Danilo César ferem a liberdade religiosa. É informado ainda que a fala do religioso atingiu de “forma cruel” a memória de Preta Gil, transformando o momento de dor em cenário de intolerância.

Na notificação, é cobrado que à Diocese se manifeste em até dez dias, sob pena de medidas judiciais, no âmbito cível ou criminal.

“Passados mais de 15 dias do fato, não houve manifestação pública ou qualquer comunicado feito à família com intuito de retratação das graves ofensas. Com todo respeito, а omissão de Vossa Excelência Reverendíssima e de Vossa Reverência contribui para perpetuar o estado de desrespeito à família, à memória da Sra. Preta Gil e às religiões de matrizes africanas”, diz o documento.

De acordo com a Diocese de Campina Grande, o sacerdote irá prestar todos os esclarecimentos necessários aos órgãos competentes.

Entenda o caso

Em 27 de julho, durante uma homilia na Paróquia de Areial, o padre Danilo César se referiu às religiões afro-brasileiras como “forças ocultas”. O religioso criticou Gilberto Gil por ter feito uma oração aos orixás pela melhora da saúde de Preta, diagnosticada com câncer.

“Eu peço saúde, mas não alcanço saúde, é porque Deus sabe o que faz, ele sabe o que é melhor para você, que a morte é melhor para você. Como é o nome do pai de Preta Gil? Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?”, disse o padre.

Após a repercussão sobre a fala do sacerdote, o presidente da Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria, Rafael Generiano, prestou um boletim de intolerância religiosa contra o padre.

O inquérito tem um prazo de 30 dias para ser finalizado, mas pode ser ampliado por um período maior caso seja necessário.

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