‘Jonas’: inspirado em história bíblica, filme é um romance policial bem-sucedido
Em Salvador para um debate sobre a obra, a diretora Lô Politi comenta sua estreia no comando de longas-metragens

Na Bíblia, Jonas é um profeta rebelde que desobedeceu a Deus quando este lhe ordenou ir até a cidade de Nínive e pregar contra ela. Jonas tentou fugir para outro lugar em uma embarcação e, para se vingar, Deus provocou uma grande tempestade que destruiu o barco e lançou o rapaz ao mar. No oceano, ele foi engolido por uma baleia, dentro da qual permaneceu por três dias e três noites.
Inspirado na história bíblica, o longa “Jonas” conta a saga do rapaz que dá nome ao filme. Interpretado por Jesuíta Barbosa, o garoto é filho da empregada e sempre foi apaixonado pela filha da patroa, Branca, vivida por Laura Neiva. Os dois cresceram juntos, mas o abismo social entre a dupla impede que o amor platônico do menino se torne realidade. Já adultos, eles se reencontram e o rapaz, levado por um impulso, acaba cometendo um crime. Para se livrar das consequências de suas atitudes, acaba sequestrando a moça e escondendo-a dentro de um carro alegórico da escola de samba Pérola Negra, que tem o formato de uma baleia. A barriga do animal é onde este Jonas, assim como o da Bíblia, não aceita seu destino.
Filmado em 2013 e lançado na última semana, essa foi a estreia da diretora Lô Politi no comando de longas-metragens. Conhecida pelos seus trabalhos no cinema publicitário, a paulistana assina a direção e o roteiro da trama. Em Salvador, para uma sessão de debate nesta terça-feira (1º), a artista contou que a ideia para a história surgiu quando, todo ano, ao passar pelo estacionamento de carros alegóricos do sambódromo, via um cenário surreal no meio da Marginal Tietê. “O encantamento com todos os carros estacionados lá, uma mancha colorida e imponente no meio da cidade cinza me fez produzir o roteiro”, explica.
Na discussão, além das perguntas norteadas por “sou sobrinha de não-sei-quem que está no filme” e “fui colega da produtora do longa”, típicos da síndrome de cidade de interior da capital baiana, o público se ateve à questão do relacionamento abusivo e doentio que acaba estabelecido entre o casal. “Claro que tem isso de síndrome de Estocolmo, mas eu acho que, na verdade, quem manipula o Jonas é a menina, pelo fascínio que ela exerce sobre ele. Ela confia nele, sabe que ele não vai machucá-la”, justifica Politi. A escolha do Jesuíta Barbosa como protagonista também foi questionada, por causa da sua cor de pele. A diretora explicou que foi proposital: “Queria um ator branco para que ele se sentisse deslocado na família dele. E foi muito difícil de achar, todos os que apareciam para fazer teste eram ‘mauricinhos’ demais para o papel”.

Escolha assertiva. O ator pernambucano manteve seu histórico de boas performances, já observadas em “Tatuagem” (2013) e “Serra Pelada” (2013). É difícil, inclusive, perceber a veia nordestina de Jesuíta, que apresenta um sotaque da periferia de São Paulo, que dá um banho em todas as tentativas globais de imitar o jeito de falar do Nordeste. “O Jesuíta tinha acabado de filmar o ‘Praia do Futuro’ (2014), em Berlim, com o Wagner Moura, e o produtor do filme me falou que ele era o Jonas que eu estava procurando. Fizemos um teste, ele veio direto para São Paulo e morou por dois meses na Vila Madalena para aprimorar o sotaque”, contou Lô.
As melhores participações do longa, no entanto, não são dos atores. Os rappers Criolo, na pele do traficante Dandão, Rincón Sapiência e Karol Conká conseguem, em rápidas aparições, roubar a cena por completo. Essa última, irreconhecível. Lô explicou que a timidez de Conká foi o mais complicado de trabalhar em cena. “Aquilo que ela faz no palco é uma performance. Ela assume uma personagem. Na verdade ela é extremamente tímida”, conta.
O filme, que ainda está em cartaz, entrará no catálogo da Netflix em janeiro e estará disponível para 180 países.
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