Publicado em 05/07/2016 às 15h30.

‘Julieta’: em vigésimo longa, Almodóvar perde a mão

O bahia.ba já assistiu o filme que chega aos cinemas nesta quinta-feira (7); Confira a crítica

Clara Rellstab
Foto: Reprodução/Youtube
Foto: Reprodução/Youtube

 

O vigésimo longa de Pedro Almodóvar, “Julieta”, marca o retorno do diretor ao universo feminino, mas não empolga. Depois dos fortes “Tudo Sobre a Minha Mãe” (1999), “Fale com ela” (2002) e “Volver” (2006) – todos três com protagonistas imponentes e viradas de trama surpreendentes –, o mais novo filme do espanhol não entrega o que promete.

A protagonista Julieta, interpretada brilhantemente pelas atrizes Adriana Ugarte (na fase jovem) e Emma Suárez (na fase adulta) – ambas carregam a história nos ombros – surge a princípio como uma mulher de meia idade que está prestes a se mudar de Madri para Portugal. Porém, um encontro fortuito com Beatriz (Michelle Jenner), uma antiga amiga de sua filha Antía (Blanca Parés), faz com que ela repentinamente desista da empreitada. Com isso, ela acaba por se mudar para o antigo prédio em que vivia, também na capital espanhola, de onde começa a escrever uma carta para a descendente a fim de relembrar o passado entre as duas.

Sempre famoso pela atmosfera barroca e melodramática, além da trama densa, das cores primárias, da trilha sonora que reforça o tom dramático do longa e de um final bem amarrado, Almodóvar só surpreende desta vez por deixar a conclusão em aberto. Basicamente, “Julieta” é um drama (ainda bem que ele desistiu do humor presente em seu penúltimo filme “Os Amantes Passageiros”, de 2013), sobre a relação entre mãe e filha, luto e culpa.

De qualquer forma, se a vontade é de assistir um filme com cores exuberantes, escolhe um do Wes Anderson. Almodóvar perdeu a mão.

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