‘Lei tem cor’, diz Oruam sobre tiro que motoboy levou de policial

O cantor Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, mais conhecido como Oruam, se manifestou sobre o caso do motoboy baleado por um policial militar no Rio de Janeiro. A situação aconteceu após o agente ordenar que o entregador subisse ao seu apartamento para realizar a entrega. O disparo gerou revolta nas redes sociais e reacendeu o debate sobre violência e abuso de autoridade.

Mesmo preso, Oruam comentou o episódio por meio de sua assessoria de imprensa. Em nota enviada à colunista Fábia Oliveira, a equipe informou que o caso abalou o cantor. “Reforça em sua percepção aquilo que ele já sente na pele: a seletividade da Justiça brasileira”, diz o comunicado.

No mesmo texto, o artista afirmou que percebe diariamente, dentro da prisão, como a lei não é aplicada de forma igual para todos. “É duro perceber que a mesma lei que deveria proteger a todos trata alguns como cidadãos e outros como inimigos. Cada dia que passo aqui dentro me prova que a lei tem cor, e não é coincidência que ela sempre pesa mais contra nós, pretos e periféricos”, declarou.

O rapper ainda ressaltou que construiu sua carreira com talento, sem envolvimento com o crime. “Estou preso sem provas, enquanto quem comete crimes de fato segue solto. Mas ninguém vai apagar minha história nem o orgulho que carrego de onde vim e do que construí”, completou.

Oruam está detido desde julho, acusado de associação ao tráfico. Sua defesa nega as acusações e afirma que não há provas que sustentem a prisão. Enquanto o processo segue na Justiça, o cantor continua se posicionando sobre temas sociais e raciais, mesmo de dentro da cadeia.