Livro infantil aborda desafios sobre surdez com empatia e sensibilidade
Vivência em sala de aula inspirou professora a estrear na cena literária
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A professora baiana Ediane Schettini apresenta seu primeiro livro: O passarinho que não cantava. A obra literária de estreia da educadora chega ao mercado pela Editora Usina de Textos e abraça os pequenos leitores com rimas delicadas e uma história que inspira inclusão e respeito. “Somos todos diferentes. Devemos ser sempre amados e respeitados!”, destaca a escritora que convida crianças, famílias, educadores e pessoas apaixonadas pela leitura para o evento gratuito de lançamento, que acontece no próximo dia 22 de fevereiro, às 15 horas, na Livraria LDM, no Shopping Bela Vista.
A narrativa acompanha a jornada de um passarinho azul chamado Tito. Desde que nasceu, ele cresceu em silêncio. A pequena ave é diferente de todos ao seu redor. Não sabia cantar e nem se expressar como os demais de sua espécie. Na escola, o protagonista acaba sendo isolado dos demais, preocupando os pais, que buscam ajuda médica e acabam descobrindo que o filho é surdo. Com sensibilidade e leveza, a professora de Língua Portuguesa, Ediane, conduz o leitor a importantes reflexões sobre respeito às diferenças, capacitismo e valor da diversidade como força, e não como limitação.
Nascida em Malhada das Pedras, no sertão baiano, a escritora lembra seu tempo de escola como um espaço de descobertas e vivências marcantes. Foi ainda como estudante que teve o primeiro contato com a comunidade surda, ao conhecer a prima de uma amiga que se comunicava através de sinais. “A Libras sempre me deixava encantada”, relembra a autora, que em 2019, já como professora de uma turma do Ensino Médio, conheceu Tatiana Queiroz, sua primeira aluna surda.
A relação de afeto que desenvolveram motivou a educadora a desenvolver uma palestra em setembro do referido ano, mês dedicado à comunidade surda. O evento, realizado em Libras, foi planejado para acolher Tatiana e promover uma reflexão entre os demais alunos. “Ao começar a palestra em Libras, sem tradução para o Português, foi possível mostrar para eles como Tati se sentia diariamente. Ela me ensinou a ouvir os sons que ecoam no silêncio”, reflete Schettini.
O livro traz novas perspectivas
Na infância, Ediane morava em Três Lagoas, zona rural de Malhada de Pedras. Até os 9 anos, a família vivia sem energia elétrica. Não teve acesso a livros em casa, mas cresceu com a imaginação aguçada pelos “causos” contados pelos pais. Aprender a ler foi uma aventura fantástica. Já professora, sempre priorizou o momento da contação de histórias para o casal de filhos (Elza e Bernardo). Foi do pedido de Elza, sua filha mais velha, que surgiu o incentivo para que a história de Tito se transformasse em livro. O passarinho que não cantava nasceu embalado por versos rimados. “Não foi intencional, mas poesia permeia minha produção. Tenho um livro de poemas pronto que ainda não foi publicado”, comenta a autora acreditando que a musicalidade vai envolver ainda mais as crianças. “Meus filhos adoram livros rimados”, acrescenta.
O passarinho que não cantava reflete sobre o valor da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a necessidade de criar ambientes acolhedores para crianças que enfrentam desafios na comunicação. Reconhecida como língua oficial das comunidades surdas brasileiras em 2002, pela Lei nº 10.436, a lei garante que o poder público e empresas apoiem o uso e a difusão da Libras como forma de inclusão. “Muitas crianças e jovens surdos acabam sendo invisibilizados. A escrita deste livro nasceu do desejo de levar mais empatia ao coração das crianças e mostrar que cada um tem sua maneira única de brilhar”, comenta a escritora.
Ricamente ilustrado por Camilla Scavazza, o livro tem cores vivas que convidam à leitura. “O tema que por si só já me fez idealizar cada detalhe do livro. Projetei os desenhos para fazer com que os leitores surdos ou que tenham alguma deficiência auditiva sintam que a inclusão está cada vez mais presente no universo da literatura. Foi muito gratificante dar vida aos personagens e fazer parte dessa linda história”, conta a ilustradora.
O passarinho que não cantava transforma a literatura infantil em uma ferramenta poderosa para reforçar a importância do respeito às diferenças. Uma leitura que promete cativar crianças e adultos, deixando um rastro de reflexão e afeto em quem passar as páginas do livro. “Minha expectativa é que esse livro chegue em muitas crianças É um tema que deve ser discutido e apresentado para os pequenos entenderem que, desde cedo, é fundamental o respeito às diferenças do outro. Estou extasiada com a obra e espero empolgar todos àqueles que lerem também”, conclui Schettini.
Quem é a autora?
Ediane Schettini nasceu em Malhada de Pedras, no sertão baiano. Reside em Salvador desde 2009. É mestre em estudos de Linguagens, pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), pós-graduada em Formação de Professor em Letras/Libras, pela mesma universidade, pós-graduada em Libras pela Faculdade Dom Pedro II, graduada em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia. É casada e mãe de dois filhos. A paixão pela leitura e escrita surgiu ainda na infância, a partir dos “causos” que seus pais contavam para ela e irmãos. Tornou-se professora de Língua Portuguesa e se encanta, a cada dia, com o poder transformador da leitura. O passarinho que não cantava é seu primeiro livro infantil publicado. A temática da surdez sempre permeou seus estudos.
SERVIÇO:
O que? Lançamento do livro O passarinho que não cantava (Editora Usina de Textos)
Quem? Escrito pela professora e escritora Ediane Schettini com ilustrações de Camilla Scavazza
Quando? 22 de fevereiro, a partir das 15h
Onde? Livraria LDM, Shopping Bela Vista
Quanto? Evento gratuito. Valor de capa do livro R$ 38,00
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