Publicado em 04/06/2025 às 13h53.

Morten Harket, vocalista do A-ha, revela diagnóstico de Parkinson

Artista de 65 anos fala sobre aceitação da doença, tratamentos já realizados e seus planos musicais mesmo com as limitações na voz

João Lucas Dantas
Foto: Reprodução/ Redes sociais

 

Morten Harket, vocalista do A-ha, revelou ter sido diagnosticado com Parkinson em um artigo no site oficial da banda. Aos 65 anos, ele diz não ter dificuldade em aceitar o diagnóstico e cita o conselho de seu pai, de 94 anos: “uso o que ainda funciona”.

Apesar da tranquilidade, Morten afirma que não decidiu se e quando tornaria o diagnóstico público, pois isso poderia tirar sua “paz e tranquilidade para trabalhar”. “Estou fazendo o melhor que posso para evitar que meu organismo entre em declínio. É um equilíbrio difícil entre tomar a medicação e lidar com seus efeitos colaterais. Há tantos aspectos a considerar quando você tenta reproduzir a forma como o corpo lida com cada movimento complexo, situações sociais ou a rotina do dia a dia.”

Ele não especificou a data exata do diagnóstico, mas revelou ter passado por estimulação cerebral profunda no lado esquerdo do cérebro em junho de 2024 e no direito seis meses depois. O tratamento controlou boa parte dos sintomas, mas a voz ainda sofre alterações — o que explica o hiato do A-ha desde julho de 2022, após uma turnê de sete shows pelo Brasil. Sobre cantar novamente, Harket comentou: “Não sei se ainda consigo cantar. Não tenho vontade, e para mim isso é um sinal. Estou aberto ao que der certo; não espero recuperar o controle técnico total. A questão é se consigo me expressar com a minha voz. Do jeito que estou agora, isso não é possível. Mas não sei se, no futuro, conseguirei.”

Na entrevista, Morten deixou claro que não se vê apenas como “o cantor de uma banda” e estaria disposto a explorar outras vertentes artísticas, embora reconheça a responsabilidade que carrega desde o sucesso nos anos 1980. “Sempre quis fazer coisas diferentes, mas conquistei uma posição relativamente permanente como vocalista. Quando digo que minha identidade não é ser cantor, isso vem do coração. As pessoas me associam a isso, e eu entendo. Encaro o canto como minha responsabilidade e, em certos momentos, acho maravilhoso poder fazê-lo. Mas tenho outras paixões, outras coisas igualmente importantes para mim, que são necessárias e verdadeiras.”

Mesmo assim, ele não pretende se afastar completamente da música e já trabalha em composições inéditas: “Há alguns anos venho desenvolvendo músicas nas quais acredito muito, especialmente pelas letras, que têm um aspecto diferente de mim. Não sei se conseguirei finalizá-las para lançar — só o tempo dirá se terão êxito. Gosto da ideia de me lançar como paciente de Parkinson e artista, apresentando algo completamente diferente. Tudo depende de mim; só preciso resolver as questões que enfrento primeiro.”

João Lucas Dantas

Jornalista com experiência na área cultural, com passagem pelo Caderno 2+ do jornal A Tarde. Atuou como assessor de imprensa na Viva Comunicação Interativa, produzindo conteúdo para Luiz Caldas e Ilê Aiyê, e também na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador. Foi repórter no portal Bahia Econômica e, atualmente, cobre Política e Cultura no portal bahia.ba.

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