Publicado em 22/02/2025 às 20h00.

Netinho de Paula é citado em denúncia do MP por ligação com agiota do PCC

Cantor reconheceu transações financeiras com investigado, mas afirmou não saber de seu envolvimento com atividades ilícitas

Redação
Foto: Reprodução/ Instagram

 

O cantor e ex-vereador Netinho de Paula teve seu nome mencionado em uma denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) envolvendo um esquema de agiotagem ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo a investigação, ele teria recorrido a Ademir Pereira de Andrade, apontado como operador financeiro da facção criminosa, para obter empréstimos.

Embora Netinho não seja um dos alvos principais da investigação, seu nome surgiu no inquérito que resultou na denúncia de 12 pessoas, incluindo Ademir e oito policiais civis. Os acusados respondem por crimes como tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O caso está relacionado ao assassinato de Vinicius Gritzbach, ex-integrante do PCC que colaborava com as autoridades e foi morto no ano passado.

De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Ademir era conhecido nos bastidores como “Banco da Gente” e mantinha contato frequente com Netinho. Mensagens extraídas do celular do agiota mostram pedidos de empréstimo feitos pelo cantor, incluindo uma conversa de 12 de maio de 2023, na qual ele afirma: “As questões dos juros eu vou pagando para você o que for dando aí, pode ficar tranquilo tá bom?”.

Além dos empréstimos, a denúncia revela que Netinho e Ademir discutiram formas de ajudar presos ligados ao PCC que estavam na Penitenciária Federal de Mossoró (RN), incluindo os líderes conhecidos como Décio Português e Fuminho. Em julho e agosto de 2023, o cantor teria repassado documentos sobre inspeções e visitas de órgãos de direitos humanos ao presídio.

Em nota ao portal Leo Dias, Netinho confirmou que conhece Ademir há cerca de oito anos e que já foi contratado por ele para apresentações. O cantor admitiu ter realizado transações financeiras com o empresário, mas afirmou não saber de seu envolvimento com atividades ilícitas.

O MP-SP solicita que os envolvidos na denúncia devolvam ao menos R$ 40 milhões, valor estimado pelos danos causados pelos crimes. A Justiça de São Paulo avaliará se aceita a denúncia para o prosseguimento do caso.

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