Novo ‘Dona Flor’ se desvincula do 1° e segue trilha fiel a Jorge Amado
Dirigido por Pedro Vasconcelos, o filme, com Juliana Paes, Marcelo Faria e Leandro Hassum nos papeis principais, é um tributo ao livro

O filme “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, de Pedro Vasconcelos, que estreia nos cinemas de todo o Brasil no dia 2 de novembro, é baseado no livro homônimo de Jorge Amado, publicado em 1966. Tal informação seria ociosa se o filme “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, de Bruno Barreto, lançado 10 anos após o livro, não fosse, além de aclamado pela crítica – indicado ao Globo de Ouro – o detentor do recorde nacional de público por 34 anos, com mais de 10 milhões de espectadores, até ser superado por “Tropa de Elite 2”, em 2010.
Muita gente acha que o novo “Dona Flor” é baseado no antigo. Mas o filme é, reforce-se, inspirado (e fiel) ao livro, como faz questão de enfatizar o diretor, que recentemente fez muito sucesso no comando da novela “A Força do Querer”. Em coletiva de imprensa realizada em Salvador nesta segunda-feira (23), Pedro Vasconcelos se antecipou aos jornalistas e disse que não sabe (nem se interessa por) comparar um filme ao outro: “As comparações ficam para vocês. Eu quis ser fiel ao livro de um dos escritores mais importantes do mundo”. E completou: “Não nos preocupamos também em alcançar o número de espectadores do outro filme. São 40 anos de distância, outro contexto. Nossa preocupação hoje é fazer essa história chegar às novas gerações”.
E, de fato, “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, com Juliana Paes, Marcelo Faria e Leandro Hassum nos papeis principais, consegue revelar o teor cinematográfico da narrativa amadiana e usa bem os recursos contemporâneos para tornar visível o realismo fantástico da história da mulher que vive um triângulo amoroso sobrenatural com o seu primeiro marido, Vadinho (Marcelo Faria), um malando que morre na esbórnia, e o segundo, Teodoro (Leandro Hassum), um farmacêutico gentil e provedor, mas não muito dotado de élan sexual.
As atuações são boas, mesmo em comparação com as já clássicas de Sônia Braga, José Wilker e Mauro Mendonça, com destaque para Leandro Hassum, o mais desafiado no contexto, que conseguiu dar comicidade ao tom grave e comedido de Teodoro, sem parecer caricato. Mas Juliana Paes e Marcelo Faria também alcançam o intento de dar feições próprias às personagens, descolando-as da sombra de outras adaptações da obra.
“Quando eu fiz Gabriela, tive Sônia Braga como musa inspiradora. Encarei a atuação como uma homenagem a ela, como se ela estivesse permeando todas as cenas. Já em Dona Flor, tanto para atender à recomendação de Pedro, de nos basearmos apenas no livro, quanto porque Flor é mais parecida comigo, não tive referências externas ao livro. O livro foi nosso guia. Tudo está lá”, disse Juliana.

Já Marcelo Faria, que intepretou Vadinho no teatro, onde contracenou com a atriz baiana Ana Paula Bouzas, que fez Norminha nos palcos e agora a encarna no cinema, revelou ter recebido a “bênção” de José Wilker para encarnar o malandro bom de cama. E mais: “Ele disse inclusive que queria fazer uma participação no filme, mas, infelizmente, se foi antes”. Outra Outra revelação de Faria é a inspiração no Boca, personagem de Wagner Moura em “Ó Paí, Ó”, para compor o seu Vadinho. “Aquela figura, o malando atual, como Vadinho é o malando dos anos 40, tem aquele jeito de corpo em que o sexo vem na frente. Eu me inspirei naquela postura”, disse.
Outros destaques são a trilha sonora e a fotografia, assinadas respectivamente por Marcelo Arruda & Rodolfo Rebuzzi e Luciano Xavier. E, mesmo sendo quase uma produção global, pela quantidade de profissionais que trabalham na emissora, o longa é cuidadoso e não reproduz aquele falso sotaque baiano das novelas. “As músicas interpretadas por Maria Bethânia [‘É o Amor’, de Zezé di Camargo, e ‘Gostoso Demais’, de Nando Cordel] eu escolhi me perguntando que cantora teria a voz interior de Dona Flor. Quem seria? Ora, Bethânia!”, justifica o diretor.
E, para se desvincular plenamente do outro filme, na famosíssima cena final, em que o trio sai da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Largo do Pelourinho, Pedro Vasconcelos fez Dona Flor e seus dois maridos tomarem o rumo inverso, subindo – e não descendo – a Ladeira do Pelô. Assina ele assim uma nova trilha para a história, um caminho próprio, e toma seu filme nas mãos, em um tributo genuíno e feliz a Jorge Amado, que como bom malandro, mas também bom trabalhador, sabia tanto descer quanto subir ladeira. Nu ou bem vestido. De braços dados, mas também passando a mão na bunda de Dona Flor. Ou de Dona Zélia.
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