Publicado em 28/05/2025 às 08h49.

Periferia do Futuro profissionaliza jovens negros de Salvador para o mercado da moda

A ideia do modelo e empresário baiano, Carlos Cruz é oferecer cursos para transformar os participantes em profissionais da moda

Redação
Divulgação: Assessoria

 

Criado há um ano e meio, o Periferia do Futuro é classificado como um dos projetos ‘mais pretos da cidade’, como destaca o modelo, empresário baiano e idealizador da iniciativa, Carlos Cruz. O objetivo é oferecer cursos e promover a inserção dos participantes no mercado de trabalho.

“Hoje, temos um grupo de 247 pessoas, com 120 modelos ativos, que são de comunidades e tiveram suas histórias transformadas. Além de tudo, falamos de diversidade e inclusão, pois há modelos com deficiência, com autismo e pessoas trans. Temos esse cuidado porque sabemos que, quanto mais pessoas estiverem neste mundo, mais transformações vamos conseguir fazer através do projeto”, ressaltou Carlos.

Esse é um dos importantes diferenciais apontados pela modelo iniciante Taimara dos Santos, que começou a participar do projeto recentemente e viu nele a possibilidade de retomar um desejo antigo. “Tem sido um divisor de águas para mim, porque não é só modelar, não é só passarela. Há uma causa, uma luta, e é isso que me instiga, porque aqui eu me deparei com vidas. Para além de um sonho, é também saber respeitar o espaço do outro”, reflete ela.

Geração de emprego e renda

Apesar dos olhares serem voltados para os modelos que desfilam nas passarelas ou estampam campanhas publicitárias, o Periferia do Futuro movimenta uma grande cadeia produtiva, que envolve maquiadores, cabeleireiros, produtores, fotógrafos, contratantes e outros profissionais que atuam direta ou indiretamente no processo.

Entre os eventos que contaram com a participação de integrantes do projeto, estão o Movimento Boca de Brasa, realizado pela FGM no mês de março; o Parque Shopping Fashion Week, idealizado pelo próprio Carlos Cruz; e no Quintal dos Pretos, que reuniu moda e samba.

“Foi um desfile gigantesco, para mais de mil pessoas, com 70 modelos. Tudo isso movimenta a cadeia econômica do projeto, porque os meninos ganham cachê e ajuda de custo para ir, levando o sustento para casa através do projeto. A gente também trabalha com receptivo e com outras questões da arte, como maquiagem e cabelo, fazendo esse direcionamento para o mercado de trabalho. É importante a juventude estar inteirada na arte, mas sabendo que precisa levar o pão para casa”, conclui.

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