Publicado em 22/08/2025 às 13h39.

Poesia, personalidade e sentimento: Gabi Lins inicia nova era com single ‘Perólas’

Faixa disponibilizada nesta sexta-feira (22) representa uma jornada artística especial e de descobrimento para a cantora

Carolina Papa
Foto: Leonardo Mendonça

 

Artista independente, cantora e compositora da Bahia, Gabi Lins, anuncia a chegada de uma nova fase em sua carreira musical com o lançamento da canção “Pérolas”. A faixa disponibilizada nesta sexta-feira (22) representa uma jornada artística especial e de descobrimento para a intérprete. 

Pérolas traz em sua letra o momento estável em que Gabi Lins vive na vida amorosa após passar por um relacionamento tóxico. De acordo com a cantora, as suas composições são uma espécie de “diário” dos acontecimentos da sua vida e a nova música de trabalho traz uma reflexão sobre a importância de se enxergar com mais amor.

“[A música] representa o momento atual da minha vida emocional. Graças a Deus que é um momento que eu tô super feliz de fato. [Namoro] um cara que me valoriza, que olha pra mim da forma que eu deveria me olhar porque às vezes a gente é tão cruel com nós mesmo e quando você vê uma pessoa te olhando com amor, você começa a se olhar dessa forma”, pontua.

A canção é um descarte do próximo álbum de estúdio da artista, mas que devido ao sentimento empregado na letra, foi escolhida para ser lançada como um projeto à parte. A faixa, de acordo com Gabi, firma a sua personalidade após passar por processos experimentais na música. 

“Eu acho que a gente tem que se conhecer mesmo […] e [foi devido a] poesia que eu coloco nas minhas letras que, de fato, eu me identifiquei, bati o pé e falei ‘essa sou eu não tô tentando ser mais ninguém. Essa sou eu’”, explica. 

Administradora de formação, Gabi Lins conta que a música está presente em sua vida desde a infância, época em que, aos nove anos, ganhou um violão da avó. Vindo de uma família em que ninguém cantava, ela relata que o presente fez com que uma semente “borbulhante” fosse plantada dentro dela para seguir na carreira musical.

Os primeiros passos na música foram dados em 2019, período em que trabalhava de carteira assinada em uma empresa de entretenimento. Gabi Lins avalia que o “pontapé” no cenário musical ocorreu de forma “crua” por não ter conhecimento sobre como funcionava o mercado. 

“Minha família não tem nenhum cantor, nem de karaokê. Eles não me estimularam a cantar, a seguir carreira porque eu acho que eles tinham muito medo por não conhecer [o ramo]. Eu acabei engolindo esse sonho praticamente, fiquei ali meio disfarçado falando que era o meu hobby até que chegou um ponto que eu realmente fiquei ‘de cara’ com essa galera que trabalhava com [música] e não teve por onde fugir”, diz.

“Em 2019 eu tentei entrar na música de uma forma extremamente independente sem conhecimento nenhum. Eu trabalhava com cantores e eu me encantei muito pelo mundo [da música] cada vez mais. Dentro de mim, eu sempre tive a vontade de ser cantora porque desde nove anos eu tocava violão, escrevia, cantava e eu tinha muita vontade de estar exercendo isso como minha profissão. [Eu] lancei [as canções] com uma pulguinha [atrás] da orelha, mas [eu] acabei excluindo essas músicas da plataforma. Eu lancei de forma muito informal, uma coisa que hoje eu olho e falo ‘meu Deus, realmente eu tentei”’,  

A virada de chave para se tornar uma cantora profissional veio em 2021 quando se reuniu com produtores, dando vida ao primeiro EP “Trópico 96”, disponível em duas versões. 

Em 2023, a composição “Burburinho” entrou para a trilha sonora da novela “Fuzuê” da TV Globo. De acordo com a cantora, a conquista representou também uma “validação” do seu trabalho. 

“Eu liguei para minha avó na mesma hora. Falei ‘minha música entrou na novela’. [Ela] ficou muito orgulhosa, minha família ficou muito orgulhosa, porque é noveleira. E eu fiquei muito feliz porque quando você tem uma validação de uma empresa como a Globo, de escolher entre várias músicas a sua música para dar vida a uma personagem, é muito gratificante e você vai acreditar um pouquinho. E aí, [você] já está caminhando também por conta dessas validações que não precisam ser sempre externas, mas às vezes é bom”, acrescentou. 

Influências 

Gabi Lins se declara uma “nepobaby” da música por ter nascido na Bahia, berço de grandes artistas da Música Popular Brasileira (MPB). A cantora destaca que a baianidade traz um diferencial em suas produções musicais. 

“Tudo tem dois lados. Eu acho que ser baiana e fazer música aqui e agora é um privilégio muito grande porque, nada contra outros estados, mas a gente tem um “que” a mais em música. […] Eu chego em outros lugares sabendo que a gente tem na nossa genética algo diferente em relação à música”, pontua. 

Fã de Elis Regina, Gabi Lins afirma que a cantora foi uma das artistas que a ajudaram a formar a sua personalidade. Ela relata que foi ao som da cantora que venceu o seu primeiro festival de canto na escola. Entre as outras inspirações da baiana estão Amy Winehouse (1983-2011) e Lady Gaga. 

“É uma influência muito forte na minha vida desde criança. Eu gosto de mulheres fortes no palco, como é Elis. Eu cantei “Como Nossos Pais” no meu primeiro festival e ganhei. […] Eu não sabia o que eu tava fazendo, mas eu estava me sentindo ali. Para mim foi muito importante porque eu pensei ‘eu posso ser forte e provocar reações pessoas’ e isso sempre me encantou. Então, quando eu tô no palco, as pessoas falam que eu sou muito teatral e visceral”, complementa.

Em setembro, Gabi Lins fará, em parceria com a banda Canto de Colibri, um show de homenagem a Ney Matogrosso. A ideia sobre fazer um tributo ao cantor partiu das influências que a voz de “Homem com H” trouxe para o seu novo projeto. 

“Sinto uma conexão profunda com a trajetória dele: a coragem de mudar de rota, abandonar tradições e expectativas, e se encontrar no palco, onde podia ser verdadeiramente ele mesmo. Enquanto me aprofundava ainda mais na obra dele para construir este show, encontrei uma Gabriela destemida e mais autêntica. Sem esforço, sem poses, apenas sendo. E vocês vão sentir isso nos próximos capítulos”, descreve. 

A cantora exalta também a cena atual da música da própria Bahia, a qual se orgulha de ter nomes de mulheres como Raquel Reis e Melí em ascensão. 

“Na Bahia, quando você olha para as pessoas da nova cena, você sente um orgulho muito grande. […] principalmente das mulheres, Raquel Reis, Meli, entre tantas outras as meninas [que] são muito boas, que são compositoras [e] isso é muito importante porque são mulheres que falam sobre as vivências delas na visão delas de mundo eu acho isso o máximo”, avalia. 

 

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Carolina Papa

Jornalista. Repórter de política, mas escreve também sobre outras editorias, como cultura e cidade. É apaixonada por entretenimento, música e cultura pop. Na vida profissional, tem experiência nas áreas de assessoria de comunicação, redação e social media.

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