Publicado em 28/06/2017 às 08h19.

‘Precisamos criar o Instituto Smetak’, diz filha e guardiã da obra

Bárbara Smetak fala sobre a necessidade de reunir todo o acervo do músico e pensador suíço-baiano em um lugar único, ao alcance do público

Redação
Foto: Reprodução Facebook
Foto: Reprodução Facebook

 

Bárbara Smetak, curadora da obra do músico suíço-baiano, seu pai Anton Walter Smetak (1913-1984), sonha com a criação de um museu dedicado ao legado do artista que, além de discos e instrumentos, deixou ainda muito material inédito em fitas gravadas, livros, peças de teatro etc. “Precisamos criar o Instituto Walter Smetak, para que não só suas obras sejam expostas, mas os livros e as fitas com muito tempo de gravação se tornem acessíveis ao público”, disse ela, em entrevista ao Goethe Institut.

Ela continua: “Os livros precisam ser digitalizados e conservados, para que as pessoas tenham acesso. Precisamos ainda de um luthier, que de seis em seis meses faça pequenos reparos nos instrumentos. A obra de Smetak deve ser colocada em um só espaço, os discos, as fitas e as Plásticas. Para mim, o acervo só vai ficar completo quando estivermos com tudo junto. É o meu sonho”.

As Plásticas Sonoras, instrumentos-escultura criados por Smetak e que servem de inspiração a artistas do mundo inteiro, a exemplo do grupo Uakti, atualmente estão em exposição permanente na Galeria Solar Ferrão (Centro Histórico) e podem ser visitadas de terça a sexta, das 10h às 18h; e aos sábados, domingos e feriados, entre 13h e 17h.

No próximo dia 5 de julho, às 19h, no Teatro Castro Alves, a alemã Ensemble Modern, mais importante orquestra de música contemporânea do mundo, apresenta pela primeira vez no Brasil o concerto “Reinventando Smetak” – os ingressos têm o valor simbólico de R$ 4 e R$ 2 (meia).

Antes ainda, na terça-feira (4), também às 19h, no Instituto Cultural Brasil Alemanha (Icba), no Corredor da Vitória, haverá um bate-papo com a própria Bárbara, Tuzé de Abreu, Uibitu Smetak, Paulo Costa Lima e Walter Lima, sob mediação da professora doutora e vice-diretora da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Carmen Paternostro. A entrada é gratuita e aberta ao público em geral.

Bárbara está feliz com o acontecimento. “É emocionante ver Smetak colocado no patamar que ele sempre mereceu e merece estar, tocado pelo principal grupo de música contemporânea em atividade, destacado como um dos grandes do século 20, discutido em simpósio, o que revela a importância da sua obra e do seu pensamento. Smetak está sendo celebrado, as músicas foram muito bem escritas e com o uso dos instrumentos criados por ele. Estou muito feliz com tudo isso”, diz.

Ela fala ainda sobre o desejo de publicar o livro de poemas de seu pai, “Para Crianças Grandes e Adultos Pequenos – Canções”, que chegou a ser preparado para sair em 2013, na ocasião do centenário de Walter Smetak, em edição fac-similar, já que, além de datilografado, contém desenhos feitos pelo próprio artista. O livro, no entanto, permanece inédito. “Mas continuo tentando publicar. Não deu certo em 2013, mas, até 2018, vamos conseguir”, acredita.

Serviço:

O QUÊ: Ensemble Modern apresenta “Reinventando Smetak”
ONDE: Teatro Castro Alves
QUANDO: 5 de julho, às 19h
QUANTO: R$ 4 e R$ 2 (meia)

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