Projeto 16 Ensaios Baianos promove a exposição Herança do Pai

A Fundação Pierre Verger Galeria vai expor, a partir do dia 30 deste mês, o ensaio fotográfico Herança do Pai, de João Machado, que mostra uma visão do artista ao participar por 20 anos da romaria de Bom Jesus da Lapa. Até os 19 anos, o artista viveu no mês de agosto a expectativa da viagem de ida e de volta do pai de Xique-Xique à Bom Jesus da Lapa. Em 2002, aos 31 anos, o fotógrafo começou a frequentar a tradição religiosa do interior baiano. A exposição reúne os 20 anos desta experiência do autor.

“Era muito apegado ao meu pai, desde cedo. Todo canto que ele ia, me levava. Só nunca fui para a Lapa, ficava esperando com meus irmãos, ele não tinha condições de levar. Só iam ele e nossa mãe. A gente ficava os mais velhos cuidando dos mais novos”, lembra.

Em agosto de 2002, João Machado teve cancelada uma cobertura que ia fazer em uma romaria em solo paulista, quando resolver conhecer a celebração religiosa em Bom Jesus da Lapa. “Meu pai já não ia mais, ele fez a viagem por 37 anos seguidos, a primeira montado a cavalo, com meu avô. De alguma forma tento até hoje fazer a foto dele. Alguns personagens que fotografo me remetem muito a ele”, disse, por meio da assessor

A fotografia documental de João Machado começou a ganhar visibilidade na Copa do Mundo de futebol masculino de 2014, sediada no Brasil, quando o registro de uma partida de futebol de várzea em Bom Jesus da Lapa foi destacado na capa do jornal The Washington Post. Ele também expôs na Galeria Nikon, em São Paulo, e participou da a campanha Eu sou a diferença no olhar, de lançamento de um novo modelo de câmera. ia;

Herança do Pai é a segunda exposição do projeto 16 Ensaios Baianos, promovido pela Fundação Pierre Verger, com o apoio do Fundo de Cultura do Estado da Bahia. As 23 imagens da exposição  foram escolhidas pelos fotógrafos Célia Aguiar e Paulo Coqueiro e pelo coordenador cultural da fundação , Alex Baradel.

Para Célia Aguiar, mergulhar no universo de Bom Jesus da Lapa pelo olhar de João Machado “ me levou a conhecer não apenas o fotógrafo, mas o ser humano, simples, afetuoso e forte como um bom sertanejo”.