Publicado em 09/09/2016 às 10h20.

Retrofoguetes lança novo álbum inspirado em espionagem

Enigmascope é o terceiro disco banda baiana de rock instrumental e veio depois de um hiato de sete anos sem novidades

Rebeca Bastos
Foto: Divulgação/Retrofoguetes
Foto: Divulgação/Retrofoguetes

 

James Bond gostava do seu dry martini mexido e não batido. Mais recentemente, o personagem interpretado por Daniel Craig passou a beber uma cervejinha gelada no fim das missões nas quais ele salvava o mundo e a própria pele – mais por pressões publicitárias do que qualquer outra coisa. O espião imaginado pela banda Retrofoguetes, nesse retorno do grupo aos estúdios, beberia uma caipirinha, mesmo. “É mais brasileiro, né?”, ri Rex, baterista do grupo instrumental.

O tal personagem não tem nome, mas é a figura central em Enigmascope – Volume 1, álbum cuja versão física já está à venda e entra nas plataformas digitais (como serviços de música por streaming e iTunes) nesta sexta-feira (9). É o doravante chamado Espião que percorre as canções atrás de uma missão de espionagem à moda antiga, como os antigos filmes de James Bond, quando o personagem era interpretado por Sean Connery e rodava o mundo em carros luxuosos, era rodeado de glamour e mantinha o topete sempre intacto.

“Quem não queria ser como o James Bond?”, questiona o baterista do Retrofoguetes, antes de enumerar alguns clássicos pop da espionagem, como 007 Contra Goldfinger (1984), Topázio (1969), de Alfred Hitchcock, e série como O Agente da U.N.C.L.E. e Missão Impossível. “Desde criança, pensava nisso. E tudo o que usamos nas músicas desse disco são referências que fomos acumulando desde a infância.”

Enigmascope é o terceiro disco do Retrofoguetes, banda que acumula 15 anos de estrada. O álbum, contudo, demorou a vir. Depois de Ativar Retrofoguetes!, lançado em 2003, e do Chachachá, de 2009, o grupo passou por mudanças de formação. A cada chegada ou saída, começava-se a produção do terceiro álbum. Tudo se estabilizou em 2015, quando, enfim, Enigmascope começou a nascer. Rex e Morotó Slim (guitarra) se mantêm juntos desde os tempos da banda Dead Billies, cuja dissolução foi o pontapé para o nascimento do Retrofoguetes. Júlio Moreno (também guitarrista) e Fábio Rocha (baixo) completam a atual formação que criou a trilha sonora para esse filme de espiões vintage.

Cada canção, e são 13 delas, levam o ouvinte diretamente para cenas que compõem esse longa-metragem. Da abertura, com uma perseguição de carros de Agente Duplo, passando pela apresentação do vilão de El Víbora, uma passagem sedutora pelo Rio de Janeiro, com Hotel Cruzeiro, até o tema final de O Homem de Moscou. Tudo sem que precise ser dito uma só palavra. “Já havia algo de ‘spy music’ (ou ‘música de espionagem, em português’) nos nossos outros discos”, avalia Rex. “Neste, quisemos criar algo mais conceitual.” Como o Volume 1 do título entrega, há a possibilidade de uma continuação. “Já estamos pensando nisso”, conclui Rex. O Espião voltará.

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