Publicado em 28/08/2019 às 18h20.

Sucesso nos anos 90, por onde anda a banda Cia do Pagode?

O bahia.ba conversou com Diumbanda, vocalista do grupo, que garante novidades para os amantes do pagode raiz em 2019

Bianca Andrade
Foto: Divulgação/ CD
Foto: Divulgação/ CD

 

É dos anos 90, nasceu e cresceu em Salvador, mas nunca dançou ao som de ‘Na Boquinha da Garrafa’ quando pequeno? Caso a resposta seja sim, tenha certeza de que você viveu em um universo paralelo.

Sucesso nos anos 90, a canção da Cia do Pagode, que teve em sua formação original Diumbanda, Edney, Kiko, Zé Luis, Ely, Lobo Mau, Negão e Sérgio Rocha, pode ser considerada como um dos maiores hits do pagode baiano, e moldou caráter, para quem gosta de dizer que cresceu no meio da “bagunça”, organizada, é claro. Mas a pergunta que fica é por onde anda o grupo?

Vinte e quatro anos depois do hit estourar Brasil a fora o bahia.ba foi atrás da banda para saber o que aconteceu de lá para cá e a quantas anda a Cia do Pagode.

Quem não se lembra da icônica cena de um policial, bigodudo fazendo a escolta dos jogadores da seleção chilena em 2009, durante as Eliminatórias da Copa em Salvador? O vídeo, uma entrevista para o Jornal Nacional, viralizou nas redes sociais e até hoje, 10 anos depois, é lembrado na internet como um dos momentos mais engraçados da TV brasileira.

O bigode e a voz rouca continuam a mesma, e Zacarias Higino Jesus Filho, ou melhor, Diumbanda garante: “quem vê na rua ainda me reconhece, lá na PM eles dizem que eu não posso fazer ronda porque as pessoas vão me reconhecer”.

Soldado da PM e em transferência para a Rondesp, o vocalista do grupo Cia do Pagode acredita que a exposição e o reconhecimento devido a reportagem feita pela Globo em 2009, foi fundamental para que o grupo retomasse a agenda de shows.

“Aquela matéria foi positiva para a gente. Consegui retomar a marca da Companhia do Pagode e hoje ela é nossa. De lá para cá eu já fui algumas vezes para programas de televisão, como Geraldo Luis, fiquei 29 minutos no ar. Só teve uma coisa que eles erraram, eu nunca parei de cantar e nem deixei a PM, a PM é o meu trabalho”, contou.

Foto: Instagram/ Arquivo Pessoal
Foto: Instagram/ Arquivo Pessoal

 

De volta a ativa, o grupo que além dos músicos conta também com dois dançarinos, foca as suas apresentações na região sudeste e centro-oeste. “Nós nos apresentamos bastante no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e São Paulo. Vamos fazer alguns shows no Nordeste também, fechamos um Réveillon em Fortaleza. Esta sendo bem bacana”, afirma o artista.

Em conversa com o site, o cantor revelou que mesmo após vinte e quatro anos desde o primeiro sucesso da banda, algumas coisas não mudaram para ele, como por exemplo sua relação com os parceiros da música. “Continuo falando com o pessoal das antigas. Temos uma boa relação, tanto é que quando Compadre e Beto estão nas rádios eles sempre lembram com carinho da Companhia do Pagode e de mim também, porque eu sou quase um fundador dessa história toda”.

 

Foto: GIlmar Sousa
Foto: Gilmar Souza

 

E como “fundador da história do pagode” em Salvador, perguntamos a Diumbanda qual a opinião dele sobre a nova leva do pagode baiano. Direto, o artista confessou admirar o swing mostrado pelas bandas atuais em suas músicas, mas afirma que talvez as letras, que puxam mais para algo pornográfico, podem ser um problema a longo prazo para eles.

“Eu acho bacana o swing dos meninos que fazem o pagode atual, só acho que eles poderiam maneirar nas letras. Você vê que não chega a nível de Brasil, fica algo mais regional, e você percebe que nós, os grupos mais antigos, É O Tchan, Gera Samba, Cia do Pagode, Harmonia do Samba, sempre tivemos o privilégio de ir e voltar”.


Ver essa foto no Instagram

Poeta no Galo… Coisa boa!!! Foi daquele jeito!!!

Uma publicação compartilhada por Diumbanda CIA do Pagode (@diumbanda) em

O cantor também comentou sobre o cenário atual da música na Bahia. Diumbanda reconhece que os tempos são outros para o pagode e a axé music (quem não se lembra de Claudia Leitte como vocalista da banda em 2001), até em Salvador, o berço dos principais grupos de pagode do estado.

O artista afirma que é notável a predominância de outros ritmos. “A música da gente é muito forte, nós só temos que cuidar mais dela. Se a gente continuar cuidando do nosso produto ele vai ter muito mais espaço do que já tem hoje. Porque atualmente o que a gente ouve mais é o sertanejo, o funk, o arrocha, o batidão. Mas a música da Bahia tem o seu lugar”.

Foto: Instagram/ Arquivo Pessoal
Foto: Instagram/ Arquivo Pessoal

 

Quanto aos planos para o futuro, Diumbanda se mostra animado, mesmo com a falta de um empresário para ajudar a gerenciar a carreira, e promete um CD com novidades para os amantes do pagode raiz. “A gente vem trabalhando, mas como não temos empresário fica um pouco difícil né? Se a gente tivesse empresário seria lindo! Para esse ano nós estamos planejando gravar um novo CD com músicas inéditas e alguns hits de sucesso da Cia. do Pagode. Esse verão é nosso!”, garante o cantor.

A banda se apresenta no dia 25 de setembro, às 18h, no 14º aniversário do projeto social e cultural Galo de Diumbanda. O evento conta com shows das bandas O Poeta, La Fúria, Hiago Danadinho, Paparico, Samba Trator e outras.

Então agora é só esperar os hits da Cia do Pagode, enquanto eles não chegam, afasta o sofá para dançar ao som dos maiores sucessos da banda.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.