Sulivã Bispo leva solo de Koanza ao teatro
Ator baiano estreia espetáculo solo cômico inteiramente dedicado ao seu personagem Koanza no dia 15 de julho no Teatro Sesi Rio Vermelho

Após longa temporada fazendo aparições apenas no meio digital, chegou a hora da já popular e aplaudida Koanza, personagem criado e interpretado pelo ator baiano Sulivã Bispo, subir no palco para um espetáculo teatral só seu, afinal ela tem muito a dizer. De cabelos brancos e com notícias do futuro, a ialorixá senegalesa Koanza dá vida à peça “Koanza: do Senegal ao Curuzu”, que faz temporada no Teatro Sesi Rio Vermelho de 15 a 30 de julho, sempre às sextas-feiras e sábados, às 20h.
“Apesar de Mainha ter se popularizado primeiro, Koanza é o meu primeiro personagem feminino, e essa será a primeira vez que piso sozinho num espetáculo inteiramente dedicado a ela, para contar a história dela”, comenta Sulivã Bispo, que define “Koanza: do Senegal ao Curuzu” como um espetáculo solo com o tempero da comédia stand-up, além de ser, para ele, uma grande oportunidade de tratar de temas que lhe são caros como indivíduo e como ator: o combate ao racismo e à intolerância religiosa.
Senhora riquíssima nascida no Senegal, bem-sucedida no comércio de jóias e tecidos senegaleses para a diáspora negra, makota (cargo feminino de grande valor no Candomblé), sofisticada e moradora do Corredor da Vitória, em Salvador (BA), Koanza (nome de um rio angolano e da moeda de Angola) – é uma mulher de saberes ancestrais, chique e consciente do mundo desigual em que vivemos, comprometida com um papel ativo na reafricanização das lutas antirracistas na diáspora negra, que ela refina com empenho, elegância e humor.
Inspiração – “Quando estava construindo o personagem, queria fazer de Koanza uma senhora muito elegante, capaz de discutir o racismo sem descer do salto, com retidão, força e também encanto, e ela é assim, tem uma fineza e uma classe que incomodam, e minha inspiração para criá-la veio de muitas mulheres negras empoderadas. Uma delas é minha tia Arany Santana, principal referência para esse personagem, mas Koanza também se inspira em Elza Soares, Ruth de Souza, Jovelina Pérola Negra, Maíra Azevedo, Michelle Obama, Oprah Winfrey, Rita Batista, Maju Coutinho, Aline Midlej e tantas e tantas outras”, conta Sulivã.
No embalo dos ensaios para a estreia deste que será o segundo monólogo da sua carreira – o primeiro foi Kaiala – , o ator revela que se pega surpreso com o que Koanza se tornou. “Ela denuncia o racismo que sofro cotidianamente, e ela traz uma força que eu digo que eu não sei se tenho, porque sou muito sensível, e ela trata as questões de uma forma muito didática e poética, e às vezes fala umas coisas difíceis que eu não sei o que ela está falando… E aí eu fico brincando se ela seria uma entidade ou o meu alter ego, mas a realidade é que eu admiro muito Koanza, ela é uma referência, como tantas mulheres que me cercam, que me moldam e me ensinam muito”.
Para o diretor do espetáculo, o carioca Thiago Romero, que também é ator, coreógrafo e arte educador, Koanza é mais um passo que Sulivã Bispo dá no sentido de trazer à cena narrativas que pautam sua vida. “Acredito que Koanza aprofunda minha parceria com Sulivã no sentido da construção de solos a partir de personagens que trazem como debate o racismo religioso e tantas intolerâncias. Assim como iniciamos com Kaiala, seguimos procurando, na construção desses solos, formas poéticas e de utilização do humor como ferramentas potentes para o encontro com o espectador”, comenta ele. Além de “Koanza: Do Senegal ao Curuzu” e “Kaiala”, Romero já esteve dirigindo Sulivã em “Rebola”, espetáculo de nascimento de Koanza, no musical “Delicado”, na peça “Anoitecidas” e na versão baiana de “Madame Satã”.
O espetáculo – Em “Koanza: do Senegal ao Curuzu”, a personagem volta à Bahia, após um tempo morando na África, com a missão de combater o crescente domínio do cristianismo dos discursos que se voltam contra os cultos de matriz afro-brasileira. Ao chegar, ela encontra o Brasil imerso em um turbulento processo político e racial, tendo à frente um presidente evangélico. É quando ela se vê desafiada a salvar o Curuzu das mãos da opressão religiosa e política, e encontra muitas dificuldades para tal missão. Diante dessa encruzilhada, surge um espetáculo cômico.
“O fato de um ator negro e homossexual se inspirar em mulheres negras e ialorixás para criar esse personagem já descortina o quão o espetáculo é um terreno fértil para tratar de questões raciais, identitárias, de gênero e sexualidade”, realça Sulivã. Ao mesmo tempo, as andanças e histórias de Koanza são contadas de um modo radicalmente engajado e incrivelmente hilariante, o que garante ao monólogo o efeito esperado de inquietar, fazer refletir, mas também fazer rir, e muito.
Ao lado do ator Sulivã Bispo em “Koanza: do Senegal ao Curuzu” estão Thiago Romero (Direção), Nildinha Fonseca (Direção de movimento/coreografia), Filipe Mimoso (Direção Musical), Renato Carneiro (Figurino), Guilherme Hunder (Cenário), Alisson de Sá (Iluminação), Beberes (Maquiagem), Larissa Libório (Direção Produção), Bergson Nunes e Sidnaldo Lopes (Assistência de Producão) e Carolina Magalhães (Design/arte).
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