Publicado em 23/10/2019 às 17h10.

Teatro Sesc-Senac Pelourinho recebe homenagem a Nelson Cavaquinho

"A alegre melancolia de Nelson Cavaquinho" é apresentado por Enio Bernardes e Siri Catado com ingressos que variam de R$ 5 a R$ 10

André Carvalho
Foto: Arte/Alexandre de Maio
Foto: Arte/Alexandre de Maio

 

Em um de seus sambas mais clássicos, Nelson Cavaquinho clama por “flores em vida” e prevê que, depois que “se chamar saudade”, ninguém mais se lembrará de seu nome. Passados 33 anos de sua morte, porém, há quem siga “fazendo de ouro seu violão”.

Nesta quinta-feira (24), é a vez do sambista Enio Bernardes e o grupo Siri Catado protagonizarem um tributo ao “Rei Vadio”, com o espetáculo “A alegre melancolia de Nelson Cavaquinho”. A apresentação será no Teatro Sesc-Senac Pelourinho às 20h e terá ingressos que variam de R$ 5 a R$ 10.

Este é o quarto ano seguido em que Bernardes apresenta ao público de Salvador a homenagem a Nelson Cavaquinho, cujo repertório vai de clássicos – como “A flor e o espinho” e “Juízo Final” – a sambas pouco conhecidos pelo grande público, tal qual “Primeiro de Abril”, composição jamais gravada pelo poeta mangueirense.

“A vida e obra de Nelson Cavaquinho se misturam bastante, então, no show, eu faço esse passeio entre a história de sua vida e sua trajetória como compositor”,  afirma Bernardes ao bahia.ba, frisando que, durante a apresentação, algumas histórias da vida do poeta mangueirense serão ofertadas ao público.

“Obviamente que sempre fica alguma coisa de fora, tem muito samba que eu poderia trazer”, pontua o sambista, natural de Campinas (SP) e que vive em Salvador há 16 anos. “A obra dele é muito extensa, daria para fazer várias homenagens”.

Enio Bernardes presta homenagem ao poeta mangueirense com "A alegre melancolia de Nelson Cavaquinho há quatro anos - Foto: Reprodução/Facebook
Enio Bernardes presta homenagem ao poeta mangueirense com “A alegre melancolia de Nelson Cavaquinho há quatro anos – Foto: Inaiá Lua

 

Do interior paulista à capital baiana

Compositor, percussionista e pesquisador de samba de roda do Recôncavo Baiano e do samba “tradicional” – como costuma definir a linhagem carioca, surgida no bairro do Estácio de Sá no final dos anos 20 do século passado -, Bernardes foi fundador do Núcleo de Samba Cupinzeiro, de Campinas, e do bloco carnavalesco De Hoje a Oito, do bairro soteropolitano de Santo Antônio Além do Carmo.

Em sua trajetória, já acompanhou, entre outros nomes, baluartes como Dona Ivone de Lara, Wilson Moreira, Guilherme de Brito (principal parceiro de Nelson Cavaquinho), Monarco e Riachão. Em 2018, produziu e atuou como percussionista no álbum “Bahia dá Samba”, que apresenta os sambistas da velha guarda Regis de Itapuã, Walmir Lima e Guiga de Ogum.

O campineiro integra, desde 2013, o Siri Catado, conjunto que o acompanha neste tributo a Nelson Cavaquinho e sobe ao palco do Teatro Sesc-Senac Pelourinho com a seguinte formação: Dudu Reis (cavaquinho), Daniel Rocho (violão 7 cordas), Mestre Bolota (percussão), Sebastian Notini (percussão), Geraldinho Muzenza (percussão) e Leandro Tigrão (flauta).

O sambista paulista afirma que nomes como o de Nelson Cavaquinho jamais podem deixar de ficar em evidência. “Sempre que puder, eu vou fazer este show, porque eu acredito que Nelson foi um dos maiores sambistas que já existiu. Ele tem uma importância imensa para a música brasileira”, afirma.

Nelson já é saudade e “não precisa de vaidade”, mas as preces – em forma de samba – em seu louvor serão sempre bem-vindas.

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