Publicado em 04/03/2025 às 10h05.

Vivemos um processo de fragilização crescente da democracia, diz Walter Salles após Oscar

Ao comentar governo Trump, diretor de 'Ainda Estou Aqui' afirma que observa "prática da crueldade como exercício de poder"

Redação
Foto: Matt Sayles/ The Academy

 

Um dia após ter feito história ao vencer o primeiro Oscar do Brasil, o cineasta Walter Salles refletiu sobre como seu filme “Ainda Estou Aqui” impactou o público americano, que vê agora investidas do presidente Donald Trump contra direitos humanos. Ele falou sobre a questão após responder uma pergunta relacionada à prática das deportações de imigrantes acorrentados.

“A gente está vivendo um processo de fragilização crescente da democracia, um processo que está se acelerando cada vez mais. O filme se tornou próximo de quem o viu nos Estados Unidos. Isso explica a maneira crescente com que ele foi abraçado nos Estados Unidos”, disse Salles, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

O longa brasileiro chegou a ser exibido em 762 salas de cinema nos Estados Unidos, acumulando US$ 5,2 milhões no país, cerca de R$ 30 milhões, e mais US$ 24,7 milhões, cerca de R$ 144 milhões, no resto do mundo.

“O filme ecoa o perigo autoritário que grassa no mundo todo. A gente está vivendo um momento de extrema crueldade, da prática da crueldade como forma de exercício de poder. Estamos no meio disso e é profundamente inquietante. Numa hora como essa, o jornalismo investigativo, a literatura, a música, o cinema, todas as formas de expressão se tornam fundamentais para combater isso. Para trazer uma polifonia democrática.”

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