Publicado em 19/08/2025 às 18h44.

Advogada de defesa atualiza estado de saúde do atleta atropelado na Pituba

Em entrevista exclusiva ao bahia.ba, Dra. Losangela Passos confirmou que Emerson Pinheiro saiu da sedação e está assimilando o acontecimento

Neison Cerqueira
Foto: Divulgação

 

Amiga e advogada do corredor Emerson Pinheiro, a Dra. Losangela Passos conversou com a equipe de reportagem do bahia.ba nesta terça-feira (19) e atualizou, com exclusividade, as informações sobre a situação do jovem de 29 anos, atropelado no último sábado (16), enquanto corria na região da orla da Pituba, em Salvador.

O atleta foi atingido pelo veículo dirigido por Cleydson Cardoso Costa Filho, filho da vereadora Débora Santana (PDT). Após o atropelamento, Cleydson foi conduzido para a Delegacia de Flagrante por, de acordo com nota da 41ª CIPM da Polícia Militar, apresentar sinais de embriaguez. Ele teve a prisão em flagrante convertida para preventiva.

Dra. Passos confirmou que Emerson já soube que teve uma das pernas amputadas logo após acordar da sedação. “Ele já tem consciência disso e está nesse processo normal de aceitação do quadro. Ele está muito sensível e abalado com todos os acontecimentos. E está em recuperação, observação, e a cada dia a gente está esperando, na positividade, em orações, para que cada dia seja um dia de melhora para ele. Já que agora ele saiu da sedação e já está lúcido e tomando pé de toda essa situação”, detalhou.

Contato com a família de Cleydson

A advogada afirmou que já houve, sim, a procura da família de Cleydson Filho, por parte de assessoras da vereadora Débora Santana, o que não foi bem recebido pela família de Emerson, por causa do acidente. O encontro aconteceu ainda no HGE (Hospital Geral do Estado), onde o atleta está internado. O contato foi feito diretamente com a avó de Emerson.

A informação foi confirmada pela defesa. “Ela realmente me passou que teve uma assessora da vereadora no hospital e assim, eles, claro, estão revoltados, estão muito sentidos com a situação, né? Então, não acolheram muito bem essa chegada, mas eu não posso afirmar como é que foi esse tipo de abordagem”, explicou.

Segundo Losangela, ainda não foi tratado nada pelo lado financeiro, e a advogada explica o motivo. “Não se sabe ainda dimensionar a gravidade e as consequências, o que é que será realmente necessário para ele, para se conversar sobre isso. Os advogados de defesa [de Cleydson] entraram em contato comigo, a gente conversou no domingo (17) na delegacia falando sobre isso e exatamente é um pouco precoce para a gente falar em qualquer tipo de composição”, afirmou a defesa.

A cautela nas tratativas é por conta de Emerson correr o risco de ser submetido a um novo procedimento cirúrgico. Losangela afirmou que seria irresponsável conduzir algum tipo de acordo nesse sentido, “porque ainda não tem dimensão”. “Ele amputou uma perna, mas ainda está lá em observação. Não se sabe se vai ser necessário se submeter a um outro procedimento cirúrgico. Estamos aguardando para ver como que vai se estabilizar a situação, para a partir daí a gente conversar, tentar fazer com o povo, vendo uma proposta que seja condizente com a realidade, né?”, explicou.

A defesa garantiu que todas as tratativas serão levadas à Emerson e família. “Das consequências, a proposta será levada à família e discutida com o próprio Emerson”, disse. A advogada relatou que Emerson já está em condições de falar, mas ponderou: “Claro que a gente obviamente não vai tratar desses assuntos com ele agora, mas posteriormente, sim […] a gente vai ter condições de discutir isso já diretamente com ele, acredito, ou pedir uma autorização dele, dar uma orientação eu acho que ainda é tudo muito precoce pra gente pensar nessas questões aí”, pontuou.

A carreira, os amigos e a força

No momento que foi surpreendido e atropelado, Emerson estava treinando para uma maratona que iria disputar em Buenos Aires, na Argentina. Losangela afirmou que ele ainda não tocou no assunto e que nem pensa em falar sobre, com o objetivo de priorizar a saúde mental do corredor.

“A gente está evitando até tratar disso, porque eu acho que, internamente e psicologicamente não vai ser bom para ele. A gente pensa: e agora como é que vai ser? Não! A gente está sempre sendo positivos com ele e dizer que ele não está sozinho, que a gente está amparando ele, né?”, disse.

E complementou: “A gente tá aqui agora e depois, e que vai dar todo o suporte para ele. Que ele precisa ficar bem para se recuperar, sempre com palavras positivas, de incentivo para enfrentar essa nova realidade. Mas não pensando nisso porque a gente entende que isso vai deixar ele mais abalado. E a intenção não é essa, porque se ele ficar psicologicamente mais abalado isso vai interferir no processo de recupera dele”, finalizou.

Neison Cerqueira

Jornalista. Apaixonado por futebol e política. Foi coordenador de conteúdo no site Radar da Bahia, repórter no portal Primeiro Segundo e colunista nos dois veículos. Atuou como repórter na Superintendência de Comunicação da Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas e atualmente é repórter de política no portal bahia.ba.

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