Publicado em 02/05/2024 às 15h06.

Autor de 5 best-sellers, Igor Pires participa da Bienal do Livro na Bahia pela primeira vez

Em entrevista ao bahia.ba ele falou sobre a importância de participar do evento literário, de que forma idealizou o livro "Texto Para Tocar Cicatrizes" e mais

Esther Silva
Foto: Filmart

 

 

Igor Pires é paulista, de 28 anos, formado em publicidade e estudante de jornalismo. Apaixonado pela vida e por escrever, encontrou refúgio nas palavras logo na adolescência. O autor participou pela primeira vez da Bienal do Livro, no Centro de Convenções, em Salvador, na terça-feira (30). Dividiu a banca com a autora Larissa Siriani e o jornalista Schneider Carpegggiani, na Arena Jovem, abordando sobre autocuidado, afeto e outros gatilhos. Em entrevista ao bahia.ba ele falou sobre a importância de participar do evento literário, de que forma idealizou o livro “Texto Para Tocar Cicatrizes”, e revelou qual foi a motivação para escrever o seu primeiro livro intitulado “Textos Cruéis Para Serem Lidos Rapidamente.”

 

Foto: Filmart

 

Participação na Bienal do Livro Bahia pela primeira vez

Eu acho fundamental que a gente descentralize algumas coisas, eventualmente, a gente só tem evento em São Paulo e no Rio de Janeiro. Uma iniciativa muito bonita de trazer a Bienal para outros estados do Nordeste, e queria muito que a gente tivesse com mais frequência, não só no Nordeste, mas no Norte também.  Acho que são estados, ricos em cultura e em diversidade. E Salvador é o berço da cultura aqui no Brasil, então fico muito feliz. Não só presenciar e fazer parte, mas de ver esse movimento muito bonito dos adolescentes estarem aqui. Sou apaixonado por jovem, amo escrever para jovem e adolescente. Acho que muitas vezes a gente subestima a capacidade dessas pessoas de se emocionarem com os eventos e de saírem daqui transformadas. Costumo falar que, se a gente consegue transformar uma pessoa aqui, acho que faz todo sentido.

Foto: Redes sociais

 

Como idealizou o  livro “Textos para Tocar Cicatrizes”

Eu acho que é um livro que o título talvez possa ser um pouco irônico, no sentido de quem quer que as cicatrizes sejam tocadas? Por que se cicatrizou significa que estar lá parada e estar tudo bem. Mas acho que é um livro que fala muito de um lugar de vulnerabilidade, de quando você tem questões para tratar, mas muitas vezes você deixa essas questões adormecidas. Acho que é muito comum na nossa vida adulta, a gente, por termos muitas coisas com as quais lidar, deixar algumas delas num lugar de espera, tipo algumas dores, algumas mágoas, alguns sentimentos, alguns términos, porque quando falo de términos, não estou falando só das relações amorosas, românticas, eu falo de um término de uma relação de trabalho, de uma relação com a melhor amiga, é muito louco isso, porque eu tenho pensado muito sobre. Quando você muda da adolescência para a vida adulta, muitas coisas se perdem, muitos amigos se perdem, você acaba construindo outras conexões e outros relacionamentos, então acho que esse livro fala um pouco sobre isso, sobre esse momento em que você termina o relacionamento, você tem que lidar com os outros. Muitos términos que ele acarreta, e assim, é um livro que fala muito sobre relação familiar, então também sobre cicatrizes que moram ali nesse lugar da família, então acho que o título do livro toca, né, e o livro toca nesse lugar, assim, de quem lê.

 

Foto: Redes sociais

 

Ligação dos livros com vida pessoal

Escrevo sobre a minha vida, sempre fui um autor que falou muito de si, acho que o meu trabalho é um pouco autobiográfico nesse sentido.  Gosto de observar o mundo e me observar também, é um processo bem analítico, diria psicanalítico, porque é muita alta análise, então sim, eu considero que não só isso, mas todos os meus livros partem desse lugar de observação do eu, de mim e também do mundo, das relações do mundo.

 

Foto: Redes sociais

 

Motivação para escrever primeiro livro

Eu queria escrever livros que não li na adolescência. Queria muito ter lido autores negros, gays, que escrevessem poesia na minha adolescência. Nunca tive esse contato, então acho que estou construindo um trabalho que não tive contato na adolescência. Então é muito legal quando estou na sessão de autógrafo que vejo o perfil dos meus leitores, porque eles são exatamente o tipo de leitor que quero ter na vida. Porque quero ser referência para esse tipo de pessoa. Então é isso. Então fico muito feliz de poder ter esse contato mais próximo com os meus leitores, a partir dessa reflexão que fazia na adolescência. Porque  gostava de poesia, mas as pessoas que lia eram geralmente homens que já tinham falecido, mas velhos e brancos, né? Drummond, Fernando Pessoa… Então fico muito feliz de ser uma referência para essas pessoas e de habitar esse espaço. Acho que isso é o que me motivou a escrever, escrever sobre temas que não tive contato.

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