Publicado em 06/09/2025 às 05h00.

Sexo é exercício? Descubra os benefícios da prática para corpo e mente

No Dia do Sexo (6/9): benefícios, gasto calórico e cuidados para uma vida sexual segura e prazerosa

Rodrigo Fernandes
Foto: Reprodução / Freepik

 

No dia 6 de setembro é lembrado o Dia do Sexo, data que abre espaço para refletir sobre algo que vai além do prazer. Afinal, a prática sexual também pode trazer benefícios à saúde? Pode ser considerada uma forma de exercício físico? O bahia.ba te explica.

Segundo o personal trainer Pedro Gomes, que trabalha em uma grande rede de academias do Norte e Nordeste, a resposta é positiva, mas com ressalvas.

“Sim, o sexo pode ser considerado um exercício físico moderado, pois aumenta a frequência cardíaca, queima calorias e melhora o condicionamento físico. Mas, apesar disso, uma relação sexual não deve substituir um programa de atividades físicas regular”, diz o profissional.

A prática ativa músculos, aumenta a frequência cardíaca, exige gasto energético e provoca alterações hormonais. Por isso, pode ser enquadrado como uma atividade física leve a moderada.

Pesquisas da Harvard Medical School apontam que, em meia hora de relação, o corpo queima entre 60 e 150 calorias, dependendo do ritmo, da duração e das posições adotadas.

Embora não substitua treinos regulares de corrida, ciclismo ou musculação, o sexo complementa o bem-estar físico e mental, ajudando a equilibrar organismo e emoções.

Quais músculos entram em ação durante a relação

Muita gente não se dá conta, mas o sexo mobiliza diversos grupos musculares. O abdômen e a lombar são constantemente exigidos para manter equilíbrio e estabilidade.

Os glúteos, quadríceps e adutores são ativados em diferentes posições. Braços, ombros e peitorais entram em cena quando há maior sustentação corporal.

Além disso, um conjunto de músculos recebe atenção especial: o assoalho pélvico. Eles desempenham papel essencial no prazer, no controle urinário e até na prevenção de problemas futuros, como incontinência.

Nesse sentido, a atividade sexual pode ser vista também como um reforço funcional para o corpo.

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Gasto calórico: homens x mulheres

O número de calorias eliminadas durante o sexo varia bastante, mas sexóloga Alcione Bastos sugere que homens costumam gastar mais energia que mulheres.

Isso acontece porque, em muitas situações, eles realizam maior esforço físico. Em média, homens podem perder até 150 calorias em uma relação de 25 a 30 minutos, enquanto mulheres ficam em torno de 90.

Ainda assim, o fator determinante não é o gênero, e sim a intensidade. Relações mais longas, dinâmicas e que exigem troca constante de posições tendem a elevar o gasto energético para ambos.

“A pessoa que pratica atividade física, é uma pessoa que ela tem mais prazer em praticar outras atividades físicas, porque a relação sexual é uma atividade física. A menos que você faça sexo só meditativo”, brinca a sexóloga.

Benefícios além das calorias

Mais do que um gasto energético ocasional, o sexo promove uma série de efeitos benéficos para o corpo. Entre eles:

Melhora da circulação sanguínea, já que a frequência cardíaca aumenta e há maior irrigação dos tecidos;
Fortalecimento do assoalho pélvico, contribuindo para qualidade de vida e saúde íntima;
Regulação da pressão arterial, sobretudo em pessoas com tendência à hipertensão;
Estímulo hormonal, com liberação de endorfina, dopamina e ocitocina — responsáveis por prazer, relaxamento e bem-estar.

Em outras palavras, a prática não se limita ao físico. Ela influencia o funcionamento geral do organismo, criando uma sensação de equilíbrio.

Impacto cardiovascular: o coração também se beneficia

Embora não substitua exercícios aeróbicos regulares, o sexo é comparável a atividades do dia a dia que exigem esforço moderado, como subir escadas ou caminhar em ritmo acelerado.

A relação sexual eleva a frequência cardíaca e respiratória, fortalecendo, ainda que de forma leve, o condicionamento cardiovascular.

“O sexo ativo traz benefícios como a redução do estresse, melhoria do sono, fortalecimento do sistema cardiovascular e imunológico e alívio da dor, devido à libertação de hormônios como a endorfina e a ocitocina”, acrescenta o profissional de educação física.

 

Foto: Reprodução / Freepik

 

Saúde mental e controle do estresse

Se existe um efeito praticamente imediato, é sobre o humor. A relação sexual reduz níveis de cortisol, hormônio ligado ao estresse, e estimula substâncias associadas à felicidade e ao vínculo emocional.

Além disso, a prática favorece o sono reparador, ajuda a combater sintomas de ansiedade e depressão e fortalece a autoestima. Também é um importante espaço de conexão emocional, reforçando laços afetivos entre parceiros.

Sexo é exercício, mas não substitui atividade física

Pedro Gomes faz questão de ressaltar que, apesar de todos os benefícios, o sexo não deve ser considerado substituto para treinos regulares. Ele complementa uma vida ativa, mas não alcança o mesmo nível de impacto que corrida, musculação ou esportes coletivos.

“O sexo não substitui a caminhada, porque queima menos calorias em um tempo menor, ainda que ambos sejam benéficos para a saúde e proporcionem o bem-estar. Não pode substituir uma rotina regular de atividade física, pois tem benefícios limitados em comparação com um treino estruturado”, pondera.

Ainda assim, a prática tem algo que a academia não entrega: prazer, intimidade e vínculos emocionais. É por isso que, no equilíbrio entre corpo e mente, o sexo se torna um aliado poderoso.

Rodrigo Fernandes

Jornalista, repórter e produtor de conteúdo. Com experiência em redação e marketing digital, faz cobertura de esporte e política no bahia.ba. Antes disso, foi editor do In Magazine – Portal iG e repórter do Portal M! – Muita Informação.

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