Blatter e Platini são suspensos do futebol por oito anos
Ambos ficam afastado de qualquer envolvimento com o futebol até o ano de 2023, depois da Copa do Mundo do Catar
Condenados por “abuso de poder”, o suíço Joseph Blatter e o francês Michel Platini foram suspensos do futebol por oito anos. A decisão foi anunciada pela Fifa na manhã desta segunda-feira (21) e marca um divisor de águas na história da entidade que, pela primeira vez, afastou do futebol seu presidente. O gesto também passa a ser considerado como uma demonstração de que a entidade quer “virar a página” em relação à corrupção, afastando seus antigos chefes.
Para Blatter, com 79 anos, a decisão representa o fim de sua carreira na gestão do futebol. Ele esperava ser inocentado para que pudesse voltar ao comando e, em fevereiro, entregar o cargo ao seu sucessor. Platini esperava também ser inocentado, desta vez para ser candidato à presidência da Fifa. Ambos ficam afastado de qualquer envolvimento com o futebol até o ano de 2023, depois da Copa do Mundo do Catar, e a aplicação da medida é “imediata”. Blatter, assim, deixa de vez seu cargo na Fifa e Platini é obrigado a abandonar a presidência da Uefa e seu sonho de ser presidente da Fifa.
O Comitê de Ética da entidade havia suspendido ambos de forma provisória por 90 dias, enquanto examinava o caso. Blatter e Platini são suspeitos por conta de uma transferência de US$ 2 milhões do suíço ao francês, em 2011. O Ministério Público da Suíça também investiga o caso.
Ambos fecharam um entendimento para apresentar a mesma argumentação ao Comitê de Ética: a de que o dinheiro era um salário atrasado que a Fifa devia para Platini. Mas os juízes suspeitaram quando ficou claro que o salário era sobre um suposto serviço que ocorreu nove anos antes. Blatter e Platini também defenderam a ideia de que não existia um contrato por escrito. Para a Fifa, porém, a realidade é que houve suspeita de falsificação do balanço financeiro da entidade. Blatter era presidente e Platini, em 2011, seu vice-presidente e teriam de ter informado aos demais membros do Comitê Executivo sobre o pagamento, o que não ocorreu.
Mas a decisão promete ser polêmica. Segundo o comunicado, o pagamento de US$ 2 milhões “não tem base legal”. “Blatter não conseguiu demonstrar qualquer outra base legal para o pagamento”, insistiu o Comitê de Ética. A tese de um “acordo de cavalheiros” não foi “convincente e rejeitado”. O Comitê também admite que as evidências coletadas não foram suficientes para provar que se tratou de corrupção. Mas aponta que a “conduta de Blatter em relação a Platini sem base legal constitui uma violação das regras da Fifa sobre dar e aceitar presentes e outros benefícios”. “Além disso, Blatter se encontrou em uma situação de conflito de interesse, falhando em publicar essa situação e a existência de interesses pessoais”, indicou a Fifa
A decisão apontou que Blatter colocou seus interesses pessoais acima dos da Fifa. “Suas ações não mostraram compromisso com uma atitude ética, demonstrando um uso abusivo de sua posição de presidente da Fifa e violando as regras de conduta”. Além da suspensão, ele terá de pagar US$ 50 mil em multas. Os mesmos argumentos foram apresentados sobre Platini: não conseguiu convencer os juízes sobre a natureza do pagamento. “Além disso, Platini fracassou em agir com completa credibilidade e integridade, mostrando desconhecimento da importância de suas obrigações”, indicou o Comitê de Ética.
“Suas ações não mostraram compromisso com uma atitude ética, falhando em respeitar leis e regulações e demonstrando um abuso de sua posição como vice-presidente da Fifa”, apontou. Além da suspensão, ele paga US$ 80 mil em multas. Blatter e Platini ainda podem recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês). Mas a decisão dificilmente será revertida e marca o fim melancólico de dois dirigentes que, por anos, mandavam no futebol.
O ex-presidente tinha na Fifa sua própria vida e era acusado por opositores de confundir a história do futebol com a sua própria. Blatter entrou na entidade ainda nos anos 70 e passou a ser o braço direito de João Havelange. Juntos, os dois criaram um sistema clientelista no qual as federações nacionais recebiam privilégios, dinheiro e torneios em troca de um apoio incondicional aos dois cartolas em Zurique. Apoiado principalmente por países irrelevantes no futebol, Blatter costurou a criação de um império que o permitiu vencer cinco eleições a partir de 1998. Mais de cem federações pelo mundo dependiam praticamente de forma plena dos recursos que a Fifa os enviava.
Mas, no dia 27 de maio de 2015, a história de Blatter mudaria de forma profunda. Uma ação policial em Zurique e na sede da entidade fez com que as empresas patrocinadoras exigissem sua saída. Quatro dias depois de vencer as eleições, o suíço foi obrigado a anunciar novas eleições, em fevereiro de 2016. Ele estava convencido, porém, que voltaria ao poder e usaria esse tempo para desmascarar e manobrar seus opositores, os eliminando Assim, em fevereiro de 2016, demonstraria às 209 federações nacionais que apenas ele poderia continuar mandando na Fifa.
O que ele não contava, porém, era com uma ação da polícia de Zurique que, em setembro, entrou na Fifa e o colocou como suspeito por corrupção e gestão desleal. Apesar de insistir em sua inocência, foi obrigado a deixar seu escritório na Fifa. Ao mundo, chegou a dizer que não era “demônio”.
Campanha – Quem também conheceu o fim de uma trajetória de poder no futebol foi Michel Platini, presidente afastado da Uefa e candidato à presidência da Fifa. Argumentando que a decisão sobre sua punição já havia sido tomada, o francês sequer apareceu ao tribunal da Fifa na última sexta-feira. Ele alega que a manobra foi orquestrada por Blatter para o impedir de ser presidente da Fifa.
Platini era considerado como o herdeiro político do cartolas suíço e, por anos, aguardou sua vez de concorrer à presidência. Mas, em 2011, rompeu com Blatter, depois que o dirigente descumpriu uma promessa feita e voltou a se apresentar para o comando da Fifa. Platini considerara que aquela era sua vez. Hoje, a suspeita é de que Blatter tenha feito o pagamento de US$ 2 milhões justamente para compensar Platini por não se apresentar ao pleito. Hoje, ambos estão banidos do futebol.
Mais notícias
-
Vitória
17h31 de 01/07/2025
Sócios do Vitória ganham acesso gratuito à plataforma de vídeos TV Vitória+
Benefício vale para todos os planos do programa “Sou Mais Vitória” e inclui treinos ao vivo e bastidores
-
Futebol
16h42 de 01/07/2025
Ex-Bahia, Everaldo provoca Inter de Milão após vitória: ‘Eles não têm três bolas’
Atacante ironizou favoritismo dos italianos e destacou entrega do Fluminense em campo
-
Futebol
07h12 de 01/07/2025
‘Subir o Everest sem oxigênio’, diz Inzaghi técnico do Al-Hilal após eliminar o City
Time árabe venceu os Cityzens por 4 a 3 e vai enfrentar o Fluminense nas quartas de final
-
Futebol
18h23 de 30/06/2025
Flu bate a Inter de Milão por 2 a 0 e avança às quartas de final do Mundial de Clubes
Cano no primeiro tempo e Hércules na etapa complementar fizeram os gols do time carioca
-
Bahia
14h50 de 30/06/2025
Ele fica! Bahia acerta a contratação em definitivo do atacante Kayky até 2029
O atacante também foi o autor do gol que garantiu o título de campeão baiano desta temporada para o Bahia, contra o Vitória
-
Futebol
11h29 de 30/06/2025
Dono da SAF do Botafogo, John Textor renuncia ao comando do Lyon
Clube francês foi rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Francês por causa de problemas financeiros
-
Vitória
10h30 de 30/06/2025
Vitória atualiza situação de jogadores no departamento médico
Atacante Fabri é o mais próximo do retorno aos gramados
-
Futebol
09h32 de 30/06/2025
Eliminado nas oitavas, Flamengo receberá R$ 150 milhões em premiação da Copa do Mundo de Clubes
Mengo perdeu para o Bayern de Munique por 4 a 2 neste domingo (29)
-
Futebol
07h16 de 30/06/2025
Botafogo demite Renato Paiva após eliminação na Copa do Mundo de Clubes
Clube anuncia saída do treinador menos de 48 horas depois da derrota para o Palmeiras
-
Fórmula 1
12h30 de 29/06/2025
Bortoleto pontua pela primeira vez na Fórmula 1 com 8º lugar no GP da Áustria
Brasileiro teve fim de semana consistente em Spielberg, terminou no top 10 em todas as sessões e foi eleito piloto do dia