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Publicado em 11/12/2025 às 15h39.

Entenda a polêmica da Copa do Mundo 2026 com a comunidade LGBTQIA+

Sorteio colocou Egito e Irã na “Partida do Orgulho” em Seattle e abriu impasse na Fifa

Rodrigo Fernandes
Foto: Reprodução / Instagram @gianni_infantino

 

A Copa do Mundo de 2026 ainda nem começou, mas já carrega sua primeira grande controvérsia. Uma decisão tomada meses antes do sorteio dos grupos colocou a Fifa no centro de um impasse que envolve Egito, Irã, a cidade de Seattle e ações de visibilidade LGBTQIA+.

Como surgiu o problema?

Muito antes de saber quais seleções jogariam em Seattle, o comitê local definiu que uma das partidas sediadas na cidade seria a chamada “Pride Match”, um jogo dedicado a celebrar o orgulho LGBTQIA+.

A iniciativa previa elementos simbólicos no estádio e ações de apoio à comunidade. O que ninguém dentro da Fifa imaginava é que o sorteio colocaria Egito e Irã, dois países onde a homossexualidade é ilegal, justamente nessa partida.

A probabilidade de esse confronto cair especificamente no jogo temático era baixíssima: 0,7%, equivalente a 1 chance em 144.

Reação imediata das federações

Após o anúncio das seleções envolvidas, as federações de Egito e Irã se manifestaram rapidamente, rejeitando qualquer associação a atos de celebração LGBTQIA+ durante a partida.

Ambas indicaram desconforto e demonstraram resistência a participar do jogo caso o tema fosse mantido.

A postura abriu um dilema diplomático para a Fifa, que agora precisa decidir como conciliar: a autonomia da cidade-sede em promover ações de diversidade, as culturas e leis dos países participantes e o próprio regulamento da Copa, que nunca previu um cenário semelhante.

O que a Fifa pode fazer

Três caminhos estão sobre a mesa:

Manter a Pride Match, apoiando a decisão de Seattle — o que pode gerar boicote ou retaliação dos países envolvidos.

Cancelar o evento comemorativo, o que seria visto como um recuo político e poderia provocar críticas de grupos de direitos humanos.

Refazer o emparelhamento da partida, algo inédito na história das Copas e que abriria precedente para futuras pressões políticas.

Até agora, nenhum posicionamento oficial foi anunciado pela entidade máxima do futebol mundial.

Um dos jogos mais aguardados da Copa

Marcado para 27 de junho, um sábado, o confronto ganhou holofotes antes mesmo de a bola rolar.

A reunião entre uma celebração do orgulho LGBTQIA+ e dois países que criminalizam relações homoafetivas transformou o duelo em símbolo de debate global sobre direitos humanos, representatividade e choque cultural.

Seattle mantém seu plano de realizar ações de visibilidade, e o jogo promete ser um dos mais comentados da Copa de 2026, não apenas pelo futebol, mas pelo peso social e político que carrega.

Rodrigo Fernandes
Jornalista, repórter e produtor de conteúdo. Com experiência em redação e marketing digital, faz cobertura de Esporte no bahia.ba. Antes disso, foi editor do In Magazine – Portal iG e repórter do Portal M! – Muita Informação.

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