Publicado em 08/08/2025 às 14h33.

FIFA quer barrar transferências entre clubes do mesmo dono; Bahia pode ser afetado

Mudança pretende acabar com negociações internas em conglomerados como o Grupo City

Rodrigo Fernandes
Foto: Letícia Martins/EC Bahia

 

A FIFA estuda implementar uma regra que pode mudar o mercado de transferências no futebol mundial e atingir diretamente o Bahia. A entidade quer proibir negociações de jogadores entre clubes que pertencem ao mesmo grupo, medida que teria impacto imediato no modelo adotado pelo City Football Group, dono da SAF do Esquadrão.

Segundo reportagem do jornal espanhol El Mundo, a entidade máxima do futebol quer encerrar o chamado “mercado paralelo” entre equipes de um mesmo proprietário, prática que, na visão da FIFA, fere a integridade das competições e coloca em risco até o bem-estar psicológico dos jogadores.

A ideia é simples: nada de transferências facilitadas entre times da mesma rede. A mudança pretende aumentar a estabilidade contratual, valorizar acordos de longo prazo e acabar com o fluxo acelerado de atletas que trocam de clube em curtos períodos.

A publicação cita diretamente o Grupo City e o “modelo Chelsea”, que envolve múltiplos clubes espalhados pelo mundo sob o mesmo guarda-chuva empresarial.

Como o Bahia entra nessa história

Desde que passou a integrar o Grupo City, o Bahia realizou diversas negociações internas, como as chegadas de Kayky e Diego Rosa (Manchester City), Arthur Sales e Caio Roque (Lommel SK), e Nico Acevedo (New York City).

Somadas, essas transferências representam cerca de 12% das contratações do clube entre 2023 e 2025 — período em que o Esquadrão fechou 42 reforços.

Se a nova regra entrar em vigor, esse tipo de movimentação ficará proibido. Na prática, o Bahia perderia um canal privilegiado de reforços, especialmente de jovens com potencial que circulam entre os times do grupo para ganhar rodagem.

Isso exigiria um reposicionamento no mercado e maior autonomia para buscar jogadores fora da rede do City.

O que já mudou e o que pode vir

Em janeiro deste ano, a FIFA já havia imposto um limite de seis empréstimos por temporada, com exceção para atletas com menos de 21 anos ou formados na base do próprio clube.

Mas a possível proibição de transferências diretas entre clubes de um mesmo dono seria um passo além, alterando de forma estrutural o mercado.

Para o Bahia, que ainda ajusta seu modelo de operação dentro da SAF, a mudança poderia representar menos facilidade para reforçar o elenco e mais necessidade de investimento em observação, captação e negociações independentes.

A decisão final ainda precisa ser oficializada pela FIFA — mas, se confirmada, promete redesenhar o jogo fora das quatro linhas.

Rodrigo Fernandes

Jornalista, repórter e produtor de conteúdo. Com experiência em redação e marketing digital, faz cobertura de esporte e política no bahia.ba. Antes disso, foi editor do In Magazine – Portal iG e repórter do Portal M! – Muita Informação.

Temas: Bahia , FIFA , Grupo City

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