Publicado em 28/06/2021 às 14h59.

Grupo LGBTQIA+ vai à Justiça questionar falta do número 24 na Seleção Brasileira

Ação do Grupo Arco-Íris questiona razão de equipe de Tite ser a única na Copa América sem jogador com 24 nas costas e também em competições brasileiras

Redação

 

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
Foto: Lucas Figueiredo/CBF

 

Única seleção nacional da Copa América sem usar o número 24 entre os convocados para a competição, a Seleção Brasileira é motivo de ação judicial do Grupo Arco Íris de Cidadania LGBT. A associação sem fins lucrativos, que existe há 25 anos, questiona as razões pelas quais a CBF não utiliza o numeral na camisa em competições oficiais.

A “ação de justificação com pedido de explicações” foi distribuída na noite deste domingo, na 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. A CBF ainda não se manifestou sobre a ação – também não o fez no questionamento do site “Uol”, que fez reportagem sobre a ausência do 24 entre os convocados da Copa América.

O grupo pede respostas em 48 horas para estas cinco perguntas:

-A não inclusão do número 24 no uniforme oficial nas competições constitui uma política deliberada da interpelada?
-Em caso negativo, qual o motivo da não inclusão do número 24 no uniforme oficial da interpelada?
-Qual o departamento dentro da interpelada,que é responsável pela deliberação dos números no uniforme oficial da seleção?
-Quais as pessoas e funcionários da interpelada, que integram este departamento que delibera sobre a definição de números no uniforme oficial?
-Existe alguma orientação da FIFA ou da CONMEBOL sobre o registro de jogadores com o número 24 na camisa?

Mês do orgulho LGBTQIA+

O mês de junho é do orgulho LGBTQIA+ e o dia 28 de junho, nesta segunda-feira, é o Dia Internacional do Orgulho Gay. Alguns clubes brasileiros, como Flamengo, Fluminense, Vasco, entre outros, fizeram manifestações de respeito e apoio à causa.

A ação lembra que a CBF “tem papel preponderante neste debate.” Cita também que recentemente o Superior Tribunal de Justiça Desportiva passou a punir clubes com cantos homofóbicos de torcidas nos estádios.

“É dela a responsabilidade de mudar esta cultura dentro do futebol. Quando a CBF se exime de participar, a torcida entende que é permitido, que é aceitável, e o posicionamento faz com que, aos poucos, esta cultura mude.”

O texto do Grupo Arco-Íris, que lembra reportagem do Esporte Espetacular – veja o vídeo no início da reportagem – com pesquisa em diversos clubes brasileiros que também não utilizam o número, cita que o 24 é constantemente, e historicamente, relacionado com o homem gay por conta do jogo do bicho, que associa este número ao veado, animal, que por sua vez, é utilizado como forma de ofensa para a comunidade LGBTI+.

“Sendo assim, o fato da numeração da seleção brasileira pular o número 24, considerando a conotação histórico cultural que envolta esse número de associação aos gays, deve ser entendido como uma clara ofensa a comunidade LGBTI+ e como uma atitude homofóbica.”

Com informações do Globo Esporte

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