Publicado em 23/10/2025 às 15h15.

Rei do Futebol: a história de Pelé e como se tornou o maior nome do esporte

De garoto pobre em Minas Gerais ao símbolo máximo do futebol mundial, Pelé transformou o esporte e o Brasil em sinônimos de genialidade

Rodrigo Fernandes
Foto: Reprodução / Instagram @pele

 

Se estivesse vivo, Pelé completaria 85 anos nesta quinta-feira (23). A data reacende a memória do maior jogador da história, cuja trajetória ultrapassa as fronteiras do futebol e se confunde com a própria identidade do Brasil.

Antes de ser rei, Pelé foi Edson Arantes do Nascimento — um menino que aprendeu a driblar descalço nas ruas de Três Corações, em Minas Gerais, e que viu no futebol o caminho para mudar a própria história.

O talento que nasceu no interior do Brasil se transformaria, poucos anos depois, em um dos maiores fenômenos esportivos de todos os tempos.

A trajetória de Pelé é mais do que uma sequência de gols e títulos. É a história de um país que encontrou em seu futebol um espelho de identidade, esperança e orgulho.

Infância simples e ascensão meteórica

Filho de Dondinho, ex-jogador de futebol, e de dona Celeste, Pelé cresceu em meio a dificuldades, mas desde cedo mostrou um talento que fugia do comum.

Começou jogando em times amadores de Bauru (SP), com bolas feitas de meias e jornais, até ser descoberto pelo ex-goleiro Waldemar de Brito, que levou o jovem prodígio para o Santos.

Aos 15 anos, Pelé já integrava o elenco profissional do clube e, no ano seguinte, marcou seu primeiro gol como profissional. Pouco tempo depois, a promessa se transformou em estrela.

 

Foto: Reprodução / Instagram @pele

 

O brilho no Santos e o domínio mundial

Vestindo a camisa do Alvinegro paulista, Pelé levou o clube a um patamar inédito. Foram 1.091 gols em 1.116 jogos e uma coleção de títulos que fez o time se tornar uma potência global.

Entre as principais conquistas, estão duas Libertadores da América (1962 e 1963), dois Mundiais Interclubes, seis Campeonatos Brasileiros e dez Paulistas.

As excursões internacionais do Santos, na década de 1960, transformaram o clube em uma marca mundial — e Pelé, em uma celebridade planetária.

Sua genialidade encantava torcedores em qualquer continente e, por onde passava, o Brasil era visto como a terra do futebol-arte.

O rei das Copas

O mundo conheceu o Rei do Futebol na Copa de 1958, na Suécia, quando, aos 17 anos, Pelé marcou dois gols na final contra os anfitriões e foi decisivo na conquista do primeiro título mundial do Brasil.

Em 1962, no Chile, o craque iniciou o torneio em alta, mas uma lesão precoce o tirou do restante da competição. Mesmo assim, o Brasil levantou o bicampeonato.

Já em 1970, no México, Pelé viveu seu auge. Ao lado de Tostão, Jairzinho, Rivelino e companhia, comandou o inesquecível time que venceu a Itália por 4 a 1 na final e eternizou a camisa amarela.

Aquela foi sua última Copa e o momento definitivo que o consagrou como o maior jogador da história.

 

Foto: Reprodução / Instagram @pele

 

Além do campo: o impacto global de Pelé

Pelé foi muito mais que um atleta vitorioso. Tornou-se um ícone cultural, um embaixador do futebol e um símbolo de representatividade.

Num período em que o racismo ainda limitava oportunidades, ele mostrou ao mundo que um homem negro, vindo da periferia, podia se tornar a figura mais admirada do planeta.

Nos anos 1970, já consagrado, levou sua estrela aos Estados Unidos, ao defender o New York Cosmos, ajudando a popularizar o futebol no país.

Fora dos gramados, o Rei do Futebol usou sua imagem para promover causas sociais e incentivar o esporte como ferramenta de inclusão.

Um legado eterno

Pelé marcou 1.283 gols em 1.367 partidas, segundo o Livro dos Recordes, e foi tricampeão mundial com o Brasil — um feito inédito e jamais repetido.

A FIFA contabiliza 767 gols e 831 jogos. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) considera 95 gols e 113 jogos pela Seleção Brasileira.

Além disso, Pelé recebeu o título de Atleta do Século XX, foi reconhecido pela FIFA e pelo Comitê Olímpico Internacional, e continua sendo referência para gerações inteiras de jogadores.

Mesmo após sua morte, em dezembro de 2022, o nome Pelé segue vivo em estádios, documentários e corações.

Cada drible, cada sorriso e cada gol compõem o mito de um homem que não apenas jogou futebol, mas reinventou o que o futebol poderia ser.

O Brasil teve craques, gênios e ídolos. Mas rei, só um: Pelé.

Rodrigo Fernandes
Jornalista, repórter e produtor de conteúdo. Com experiência em redação e marketing digital, faz cobertura de Esporte no bahia.ba. Antes disso, foi editor do In Magazine – Portal iG e repórter do Portal M! – Muita Informação.

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