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Publicado em 12/12/2025 às 14h23.

Uso de remédio para emagrecimento gera tensão interna em clube da Série A

Prescrição sem aval da fisiologia aumenta polêmica em temporada marcada por lesões

Redação
Foto: Reprodução / Youtube

 

A temporada de 2025 do São Paulo terminou cercada por questionamentos que vão além do desempenho em campo. Com um número recorde de desfalques por problemas físicos ao longo do ano, o clube também precisou lidar com um impasse interno envolvendo decisões do departamento médico.

Segundo apuração publicada pelo Uol, parte da comissão médica autorizou o uso de medicamentos para emagrecimento em atletas do elenco profissional sem comunicação prévia à área de fisiologia. A conduta teria provocado desconforto interno, especialmente em um contexto de alta incidência de lesões durante a temporada.

O remédio citado na reportagem é o Mounjaro, cuja substância ativa é a tirzepatida. Indicado principalmente para o tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade, o medicamento atua no controle do apetite e tem se popularizado fora do ambiente esportivo. Entre os efeitos colaterais descritos estão náuseas, desconfortos gastrointestinais e sensação de fraqueza, sintomas que teriam sido relatados por alguns jogadores.

Entenda o caso

Fontes ouvidas pela reportagem apontam que profissionais ligados à preparação física não foram informados sobre o uso da substância em determinados casos, o que gerou divergências internas quanto ao impacto do tratamento no rendimento e na recuperação dos atletas.

O nutrólogo do clube, Eduardo Rauen, negou a existência de conflito e afirmou que o procedimento foi adotado de forma pontual, após avaliações clínicas individualizadas. Segundo ele, apenas dois jogadores fizeram uso do medicamento, sempre com acompanhamento médico.

“Não houve qualquer polêmica. O que existiu foram tratamentos médicos individualizados, indicados de forma pontual após avaliações clínicas criteriosas. Conforme descrito na bula, pacientes com IMC acima de 27,5 associados a comorbidades, no caso específico, lesões articulares, têm indicação formal para o uso do medicamento, sempre com acompanhamento médico, como foi realizado”, afirmou.

Rauen também destacou que, nos casos acompanhados, houve resultados positivos no condicionamento físico dos atletas. “Os dados mostram que os atletas conseguiram perder peso corporal, diminuir o percentual de gordura e melhorar a massa muscular, contrapondo inclusive essa narrativa de que essa conduta deveria ser avaliada”, completou.

O episódio ocorre em um ano marcado por 49 desfalques médicos no elenco do Tricolor paulista, número que acendeu alertas internos sobre a gestão física dos atletas e expôs divergências entre setores responsáveis pela saúde e pelo desempenho esportivo no clube.

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