Publicado em 30/05/2016 às 17h59.

Cláudio Lamachia: ‘A política não está dando resultados’

O presidente nacional da OAB esteve em Salvador, nesta segunda-feira (30), para participar de evento da seccional Bahia, na Barra

Hieros Vasconcelos
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

 

O presidente nacional da OAB Cláudio Lamachia esteve em Salvador, nesta segunda-feira (30), e voltou a defender que políticos investigados por corrupção não devem fazer parte de governos, em uma clara crítica à escolha dos ministros do presidente interino Michel Temer (PMDB).

“O que a OAB tem defendido é que se possa ter nesse momento pessoas que assumam a política brasileira e que estejam acima de qualquer suspeita”, disse. Questionado pelo bahia.ba sobre como poderia ser feita a escolha de nomes para os ministérios, Lamachia reiterou que há inúmeros nomes públicos capazes de assumir os cargos, sem precisar passar pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, onde boa parte dos parlamentares é investigada.

Sobre os escândalos recentes relacionados aos auxiliares de Temer, que tiveram conversas telefônicas gravadas e divulgadas nos últimos dias, como o caso do titular da Transparência, Fabiano Silveira, o presidente da Ordem disse enxergar “tudo com muita preocupação” e acrescentou que a OAB já havia alertado para a questão. “Antes de termos qualquer divulgação de grampos telefônicos sobre ‘a’, ‘b’ ou ‘c’, a Ordem já dizia que a composição do ministério de Temer tinha investigados. Entendemos que pessoas investigadas não podiam participar do governo. É a única forma de caminharmos para frente e dar esse choque ético que tanto queremos”, afirmou ao bahia.ba.

Lamachia veio à capital baiana participar do 2º Colégio de Presidentes de Seccionais da OAB-BA, na Barra, e reiterou que a crise pela qual passa o Brasil é fruto do desentendimento entre os atores políticos e da falta de credibilidade de muitos deles. “O Brasil derrete. A política não dá resultados. Os atores políticos não conseguem compatibilizar uma agenda que seja construtiva para o país”, disse.

Impeachment – A OAB nacional apoiou a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, após ter posição favorável de 26 seccionais das 27 existentes. Segundo Cláudio Lamachia, além dos crimes de responsabilidade, com as chamadas pedaladas fiscais, o pedido feito pela entidade pontua outros aspectos, como os escândalos de corrupção do governo.

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