Publicado em 02/06/2016 às 11h27.

Prefeito nega que ritmo acelerado tenha motivação eleitoral

A lei eleitoral proíbe inaugurações a partir de 1º de julho e ACM Neto corre contra o tempo para entregar 200 obras até lá

Ivana Braga
Foto: Valter Pontes/ Agecom
Foto: Valter Pontes/ Agecom

 

O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), evita falar em reeleição, mas o ritmo que imprimiu à sua agenda e o discurso que tem adotado nos diversos eventos dos quais tem participado sinalizam que ele está de olho na campanha para manter-se no comando da administração municipal. Nesta quarta-feira (2), por exemplo, quando inaugurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Brotas, o democrata deu um tom político ao discurso e alfinetou o governo baiano, ao afirmar que as duas UPAs geridas pelo Estado não oferecem o mesmo padrão de atendimento dos postos municipais.

Também aproveitou a oportunidade para reforçar as críticas que marcaram a sua relação com a presidente afastada Dilma Rousseff (PT). Segundo o prefeito, não foram poucas as vezes que ele bateu à porta do governo federal em busca de recursos para a aplicar na Saúde de Salvador, área, segundo Neto, prioritária para sua gestão. O prefeito disse que sempre foi muito bem recebido, mas nenhum dos seus pleitos foram atendidos.

Apesar da falta de amparo da União, frisou que a sua administração aumentou para 19% o percentual de investimento no setor. “Não era possível que uma cidade com mais de 3 milhões de habitantes tivesse apenas uma UPA para atender à população. E em más condições”, afirmou Neto, ao informar que já são sete unidades em funcionamento desde que assumiu a prefeitura.

Conforme balanço do gestor, foram construídas e inauguradas as unidades de Itapuã, San Martin, Barris, Valéria e Parque São Cristóvão, além de reestruturação da UPA de Periperi. Ele ainda informou que a de São Cristóvão, inaugurada em janeiro, continua sem habilitação e recursos federais. De acordo com o prefeito, caberia ao governo federal repassar verbas da ordem de R$ 500 mil para o funcionamento da unidade, cujo custo é de R$ 1,5 milhão. “Investir na construção é o mais barato. O custo fica em torno de R$ 4,5 a R$ 5 milhões. A manutenção, no entanto, absorve cerca de R$ 1,5 milhão por mês. Não podíamos deixar as UPAs sem prestar o atendimento por falta de recursos. A prefeitura está assumindo esse custo”, disse ACM Neto.

De acordo com os números apresentados pelo prefeito, os investimentos municipais na rede de urgência e emergência elevaram para 160 novos leitos em Salvador. Mais duas UPAs – Paripe e Pirajá – deverão ser entregues antes de começar a valer o prazo eleitoral, a partir do dia 2 de julho. Até lá, ACM Neto quer inaugurar 200 obras. “Mas não vamos parar. Ordens de serviços serão assinadas para dar continuidade dos serviços”, disse o prefeito, ao negar que o ritmo tenha motivação eleitoral. “Esse tem sido o ritmo que imprimi desde o meu primeiro dia de trabalho”, vangloriou-se.

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