Publicado em 31/03/2025 às 12h21.

Mercado de Fundos Imobiliários segue em alta e fecha o mês de março com desempenho expressivo

O índice IFIX encerrou a semana com alta de 1,32%, somando uma valorização de 14,7% desde a mínima registrada em dezembro de 2024

Redação
Foto: reprodução FGV/Ibre

 

Na última semana de março, o mercado de Fundos Imobiliários (FIIs) se manteve aquecido, refletindo um otimismo crescente entre os investidores. O índice IFIX encerrou a semana com alta de 1,32%, somando uma valorização de 14,7% desde a mínima registrada em dezembro de 2024. Com isso, o acumulado de março registra ganhos expressivos, reforçando a tendência positiva da classe de ativos.

Inflação e juros em pauta

A divulgação do IPCA-15 de março, que veio abaixo das expectativas (0,64% frente aos 0,70% projetados), trouxe um alívio parcial ao mercado, mesmo com o indicador ainda em patamar elevado. A inflação acumulada em 12 meses está em 5,06%, acima da meta do Banco Central. Esse comportamento, aliado ao dinamismo da economia e ao mercado de trabalho ainda aquecido, tem levado o Comitê de Política Monetária (Copom) a manter a taxa Selic em patamar elevado, atualmente em 14,25%.

Apesar do aperto monetário, o mercado de FIIs tem se beneficiado do ciclo de inflação, especialmente os fundos de papel, que têm entregado rendimentos mais robustos devido à indexação a indicadores como IPCA e CDI. Além disso, os fundos de tijolo também seguem mostrando resiliência, sustentados por fundamentos sólidos e valorização dos ativos.

Desemprego e atividade econômica

A taxa de desemprego no Brasil subiu para 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro, refletindo uma tendência sazonal de baixa na contratação após as festas de fim de ano. No entanto, o número de trabalhadores com carteira assinada atingiu o recorde de 39,6 milhões, e o rendimento médio chegou a R$ 3.378, também recorde histórico. A expansão da atividade econômica segue como fator de sustentação da demanda por ativos reais, como os FIIs.

Movimentações relevantes entre os fundos

Diversos fundos imobiliários anunciaram movimentações importantes:

RBRP11: rescindiu contrato com inquilina inadimplente no Edifício River One e poderá receber R$ 6,5 milhões em multas e ressarcimentos. A decisão elimina um passivo recorrente e abre espaço para uma nova locação mais saudável financeiramente.

-KNRI11: fechou contrato com uma multinacional para locação integral da Torre do Biosquare em Pinheiros (SP), ainda em construção. O contrato traz previsibilidade futura e reduz riscos de vacância.

-ALZR11: anunciou a venda do ativo Santiliana por R$ 53 milhões, mantendo o recebimento de aluguel por 30 meses. A transação trará lucro contábil e incremento na renda por cota, além de liberar capital para novos investimentos.

-GGRC11: renovou contrato de locação com a CRBS (Ambev) por mais 5 anos, mantendo previsibilidade de receita no ativo logístico localizado em Pelotas (RS).

-HTMX11: adquiriu mais de 350 quartos em três empreendimentos hoteleiros em São Paulo por R$ 202 milhões, com cap rate estimado de 12% ao ano. A gestora visa ampliar a exposição do fundo em regiões estratégicas da capital paulista.

Expectativas para abril

Com o fechamento do mês de março e a divulgação iminente dos rendimentos dos fundos (data-base ocorre em 1º de abril), o mercado espera novos ajustes nos dividendos. O contexto de inflação ainda elevada e desaquecimento moderado da atividade pode seguir favorecendo os fundos de papel, enquanto os de tijolo devem continuar se beneficiando da retomada gradual da economia e da demanda por espaços físicos.

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