Publicado em 30/07/2018 às 17h29.

Denúncia de racismo motiva processo judicial envolvendo membros da AACB

Fato teria acontecido em grupo de mensagem de advogados criminalistas

Redação

AACB

 

Está marcada para esta segunda (30) a audiência do processo que a advogada Fábia Cristina Rodrigues dos Santos move contra os também advogados Gildo Porto e Jaqueline Machado Calado, todos são membros da Associação dos Advogados Criminalistas da Bahia (AACB). De acordo com a queixa prestada por Fábia na 16ª Delegacia de Polícia, na Pituba, em janeiro de 2017, os dois colegas teriam proferido injúrias de cunho racista, além de ameaças, através de mensagens no grupo de WhatsApp formado por membros da AACB.

Segundo a advogada, tudo começou depois que ela postou no grupo uma foto dela com outras duas colegas. “Depois disso eu sofri perseguição por parte de pessoas que eu nem conheço. Foi uma perseguição contumaz, insistente, que me causou muito dissabor e muito constrangimento. Me fez perder chance de sociedade, me fez perder cliente, e cheguei até ao ponto de parar no posto médico. Tudo isso pelo simples fato de não aceitarem que eu seja uma mulher negra, que, segundo Dr. Gildo afirmou e todos concordaram, não estou dentro dos padrões estéticos esperados pela associação”.

Depois do fato ocorrido, a advogada entrou com representação junto à AACB para esclarecer a situação, mas afirma que a comissão de ética não deu importância ao fato. Uma representação também foi feita na comissão de ética da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Bahia (OAB-BA), da qual aguarda resposta.

Independente do resultado desse processo, a advogada Fábia dos Santos também entrou com uma ação por dano moral contra a AACB. A audiência será no dia 30 de agosto. “Não estou brigando por dinheiro, mas por respeito, por retratação. Eu apenas entrei com essa ação para demonstrar a eles que as pessoas merecem respeito, independente de raça, cor ou credo”, finaliza.

Membros da Associação dos Advogados Criminalistas da Bahia estão envolvidos no tumulto ocorrido durante a inauguração da sala dos advogados, no Fórum Criminal de Sussuarana, em fevereiro desse ano. A diretoria da Ordem registrou a ocorrência na Polícia Federal e na Polícia Civil e adotou, no âmbito da OAB, as medidas disciplinares cabíveis.

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