Publicado em 11/10/2025 às 10h12.

Empresa de Virginia é alvo de ação civil pública em Goiás por práticas abusivas

Marca da influenciadora recebeu mais de 90 mil reclamações em site de defesa do consumidor

Redação
Foto: Reprodução/Redes sociais

 

O Ministério Público de Goiás (MPGO) moveu uma ação civil pública na última quarta-feira (8) contra a WePink, empresa de cosméticos da influenciadora Virginia Fonseca, e seus sócios, por práticas abusivas contra os consumidores. A ação é embasada em mais de 90 mil no Reclame Aqui em 2024 e 340 denúncias no Procon Goiás.

As principais queixas referem-se à não entrega de produtos, atraso nos prazos, dificuldade em obter reembolso, atendimento automatizado ineficaz e envio de itens defeituosos. O MP considera a conduta da empresa, que cresceu rapidamente e teve um faturamento de R$ 750 milhões em 2024, como publicidade enganosa e má-fé contratual.

O promotor Élvio Vicente da Silva utilizou como prova a fala de um dos sócios, que reconheceu publicamente o aumento da demanda e a incapacidade de cumprir os prazos por falta de matéria-prima. A promotoria argumenta que o uso maciço da imagem da influenciadora, que tem 53 milhões de seguidores, agrava a vulnerabilidade dos compradores.

O MP solicitou à Justiça, em caráter de urgência, a suspensão de novas lives promocionais até que as entregas atrasadas sejam normalizadas. Entre as exigências estão ainda a criação de um canal de atendimento humano e com resposta inicial em até 24 horas, a elaboração de um mecanismo simplificado de cancelamento e reembolso, com devolução em sete dias, a entrega imediata de produtos pagos e multa diária de R$ 1.000 por descumprimento das ordens.

O órgão pede indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 5 milhões, além de reparação individual para os consumidores lesados. Os sócios também deverão responder pelos danos.

A WePink informou que ainda não foi notificada da ação e, por isso, não pode comentar o teor do processo.

A Promotoria agendou um encontro com a WePink em junho para buscar explicações sobre o grande volume de queixas. Na ocasião, a empresa informou que estava em processo de fortalecimento de seus procedimentos internos.

A defesa da marca comunicou que está implementando um cronograma de aprimoramento que inclui o aumento da capacidade de operação, a automatização de sistemas, a melhoria da logística e a realização de campanhas para educar as clientes sobre os prazos de recebimento.

A WePink registrou cerca de 2 milhões de vendas até maio. A empresa assegurou ao Ministério Público que 85% dos pedidos feitos pela internet são entregues pontualmente, justificando que os atrasos decorrem de situações fora de seu controle, como falhas logísticas, crescimento da procura e informações de cadastro fornecidas incorretamente pelos próprios clientes.

Fundada em 2021 por Virginia, a marca de cosméticos e cuidados pessoais explodiu em vendas. Em 2024, seu faturamento girou em torno de R$ 750 milhões, mais que o dobro das receitas registradas em 2023, que somaram R$ 325 milhões.

Em pouco tempo, ganhou como sócios o chinês Chaopeng Tan, que trouxe a rede WeCoffee para o Brasil, e Thiago Stabile.

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