Publicado em 25/07/2025 às 06h41.

Ex-diretor da PRF nega ter determinado operação para barrar eleitores

Silvinei Vasques é um dos réus no núcleo 2 da ação penal sobre a trama golpista

Redação
Foto: Lula Marques/Agência Brasil

 

O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, negou ter ordenado blitzes ilegais no Nordeste durante as eleições de 2022. A acusação aponta que as operações visavam impedir o deslocamento de eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva. Vasques, um dos réus no núcleo 2 da ação penal sobre a trama golpista, foi interrogado pelo juiz Rafael Tamai, auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Defesa de Silvinei Vasques

Durante a audiência, Silvinei Vasques afirmou que o objetivo das operações da PRF era prevenir crimes eleitorais, como o transporte ilegal de eleitores e o fechamento de rodovias em todo o país, e não apenas no Nordeste. Ele ressaltou que a região teve maior votação para Lula em comparação com o então candidato à reeleição Jair Bolsonaro.

Vasques também negou ter recebido qualquer ordem ilegal do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, também réu no caso. “Tudo que a gente recebeu de determinação, eu entendi que a gente deveria acatar. Eu entendo que era o dever legal. Não vi na fala do ministro nenhuma ilegalidade. Foi isso que a gente levou para a PRF”, declarou.

O interrogatório dos réus é uma das fases finais da ação penal. A expectativa é que o julgamento do núcleo 2, que decidirá sobre a condenação ou absolvição dos acusados, ocorra no segundo semestre deste ano. A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) foi dividida em quatro núcleos. O núcleo 1, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, foi interrogado no mês passado e está em fase de alegações finais, com julgamento previsto para setembro.

Operações da PRF no Nordeste

Dados da investigação revelam que o efetivo da PRF no segundo turno das eleições de 2022 foi significativamente maior na região Nordeste em comparação com as demais regiões do Brasil. Em 30 de outubro, 795 policiais foram empregados no Nordeste, enquanto outras regiões registraram: 230 no Norte, 381 no Centro-Oeste, 418 no Sul e 528 no Sudeste.

Além disso, o número de ônibus parados para fiscalização no Nordeste também superou a média nacional, com 2.185 veículos fiscalizados. Nas demais regiões, os números foram: 310 no Norte, 571 no Sudeste, 632 no Sul e 893 no Centro-Oeste.

*Com informações da Agência Brasil.

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