Publicado em 16/10/2025 às 08h52.

Ex-vereador suspeito de matar jovem grávida na Bahia vai a júri popular

Corpo nunca foi encontrado; Valdinei da Silva Caires foi preso em 2023 acusado de homicídio qualificado

Redação
Fotos: Reprodução/Redes sociais

 

O ex-vereador Valdnei da Silva Caires, preso pelo desaparecimento de Beatriz Pires da Silva, vai a júri popular nesta quinta-feira (16), em Barra da Estiva, no sudoeste da Bahia. A jovem de 25 anos estava grávida do segundo filho. Ela desapareceu em 2023 e o corpo nunca foi encontrado. A suspeita é de que o político, conhecido como Bô, fosse o pai do bebê.

A jovem foi vista pela última vez em 11 de janeiro de 2023, ao entrar em um carro do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município. De acordo com a delegacia de Barra da Estiva, o veículo costumava ser usado pelo suspeito, que à época era vereador da cidade.

Antes de desaparecer, a jovem teria comentado com a mãe que faria uma viagem com o pai do filho dela. No entanto, a família não sabe quem é o homem, já que a identidade dele nunca foi revelada por Beatriz.

Durante as investigações, a polícia confirmou que a vítima e o então vereador tiveram uma relação amorosa. Em 21 de junho de 2023, ele foi preso com o cumprimento de um mandado de prisão preventiva por homicídio qualificado.

Em 12 de julho de 2023 o Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou Valdnei por feminicídio. Segundo a acusação, o crime foi motivado pelo político não aceitar que a vítima divulgasse que ele era o pai da criança, “tendo em vista que o vereador gozava de grande prestígio na cidade”.

Valdnei teve o mandato cassado em uma sessão extraordinária realizada na Câmara de Vereadores de Barra de Estiva. A decisão foi unânime.

Quem é Bô

Valdnei da Silva Caires, conhecido como Bô, tem 56 anos e é agricultor. De acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele é casado.

Valdnei se elegeu como vereador de Barra da Estiva pela primeira vez em 2008, pelo PCdoB, tendo sido reeleito em 2012 e em 2016 pelo mesmo partido político. Em 2020, disputou as eleições pelo Progressistas (PP) e se elegeu mais uma vez.

Nas últimas eleições disputadas, o político declarou R$ 673 mil em bens, o que incluía dois carros, duas fazendas e uma casa.

Em 2023, ele ocupou o cargo de presidente da Câmara de Barra da Estiva, mas renunciou durante as investigações sobre o desaparecimento de Beatriz. Na ocasião, ao menos 10 vereadores de Barra da Estiva protocolaram na Justiça um abaixo-assinado que pedia que o presidente da Casa renunciasse.

Apesar de ter se afastado da presidência, o suspeito manteve as atividades como vereador até a prisão. Ele não disputou a eleição municipal de 2024.

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