Publicado em 25/01/2021 às 20h20. Atualizado em 25/01/2021 às 20h56.

Lewandowski autoriza abertura de inquérito contra Pazuello por crise no Amazonas

Pedido de abertura da investigação foi feito pela PGR após colapso no sistema de saúde de Manaus há cerca de duas semanas

Redação
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura do inquérito contra o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, após pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) . O general auxiliar do presidente Jair Bolsonaro se tornou alvo devido à crise no sistema de saúde do Amazonas.

De acordo com informações do G1, o envio do pedido a Lewandowski foi determinado nesta segunda-feira (25) pela ministra Rosa Weber, vice-presidente da Suprema Corte e á frente do plantão judiciário durante o recesso. Agora, com a decisão do ministro, Pazuello passa a ser investigado formalmente por suposta omissão.

O pedido de investigação foi enviado ao STF no último sábado (23) pelo procurador-geral Augusto Aras, com base em representação do partido Cidadania, em apuração preliminar da PGR e em informações apresentadas pelo próprio Pazuello. No último dia 19, o Ministério da Saúde entregou um documento com mais de 200 páginas no qual listava as ações de enfrentamento da crise no Amazonas.

A PGR apontou que, apesar do aumento no número de casos de coronavírus ter sido observado na semana do Natal, a pasta só enviou representantes em janeiro, uma semana depois; entre as principais conclusões do encontro estão a possibilidade iminente de colapso do sistema de saúde em dez dias, devido à falta de recursos humanos e estimativa do aumento de casos. O relatório parcial de ações indicava que a grave situação dos estoques de oxigênio hospitalar em Manaus foi informado ao Ministério da Saúde em 8 de janeiro, por meio da White Martins, fabricante do produto. O documento foi assinado por Pazuello.

Apesar da estimativa, o ministério entregou o insumo apenas em 12 de janeiro. Atraso também na transferência de pacientes graves, cuja recomendação data de 6 de janeiro, mas passou a acontecer cerca de dez dias depois.

A PGR observou também que oito dias após Eduardo Pazuello ser informado sobre o iminente colapso no sistema de saúde de Manaus, foram enviadas 120 mil unidades de hidroxicloroquina como medicamento para tratar a Covid-19. A substância não tem eficácia comprovada contra a doença.

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